Ciência e Tecnologia

Projeto da Ufal produz adubo orgânico a partir de coleta seletiva doméstica

Ação é coordenada pelo professor Fernando Coelho e conta com estudantes de Geografia

Por Deriky Pereira / Ascom Ufal 16/11/2023 15h41 - Atualizado em 16/11/2023 23h26
Projeto da Ufal produz adubo orgânico a partir de coleta seletiva doméstica
Atividade do projeto para a produção de adubos orgânicos - Foto: Ascom Ufal

Produção de adubos orgânicos por coleta seletiva doméstica. Esse é o título de um projeto, coordenado pelo docente Fernando Coelho, do curso de Geografia do Campus do Sertão da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) que está a sua quinta edição e conta com um grupo de 20 estudantes. Recentemente, a turma produziu 75 kg de adubo orgânico a partir da coleta seletiva em suas próprias residências numa média de 3,95 kg por aluno, considerada a maior já conquistada ao longo do projeto.

“Esse projeto tem como objetivo desenvolver uma cultura de gestão de resíduos sólidos a partir de ações no âmbito familiar, propiciando a recuperação do Bioma Caatinga com técnicas de reflorestamento e manejo agroecológico, possibilitando alternativa de renda com a venda dos adubos. As ações de coleta seletiva doméstica dos resíduos domiciliares propiciam ainda a diminuição do passivo ambiental em Lixões e Aterros Sanitários”, contou o professor.

A ação, que existe desde 2021, já atingiu a marca de 112 mudas plantadas de espécies arbóreas e 355 kg de adubos orgânicos já foram produzidos para fertilizar o solo do Bioma Caatinga. “As quatro turmas já produziram 276 kg de adubos orgânicos com uma produção média de três quilos por aluno, sendo utilizados para o plantio um total de 92 mudas, cedidas pelo Arboretum do setor de Botânica do Campus A.C. Simões, em Maceió”, disse Fernando.

Produção do adubo

“Para esse adubo, a gente utilizou a casca de ovo e a casca da banana já secas (por alguns dias de sol) e depois cortadas para poder ser triturada no liquidificador. Depois de trituradas, adicionamos a borra do café e misturada bem antes de adicionar a composteira com a terra”, explicam Anaíne Silva e Erivânia Severo, que integram o projeto.

Elas complementam falando que a produção desse adubo pode ser tanto para plantações domésticas como de larga escala, destacando, também, a importância da compostagem. “A compostagem é muito importante, pois dela se tem a reciclagem do lixo orgânico e transformado em adubo natural sem o uso de produtos químicos”, contaram as estudantes.

(Foto: Ascom Ufal)

Ainda segundo elas, este adubo pode ser utilizado tanto em uso doméstico como em larga escala. “O adubo orgânico é muito bom para ser feito em casa no uso doméstico de plantas decorativas e hortas. E ele vai fazer a mesma função do adubo químico, apenas vai sair um pouco elevado o valor de custo para o produtor”, explicaram Anaíne e Erivânia.

Auxílio ao pequeno e médio agricultor

De acordo com o professor, a produção e venda de adubos orgânicos pode dimensionar a renda média do pequeno e médio agricultor. Além disso, os resultados para o desenvolvimento do plantio com mudas nativas do Bioma Caatinga poderão ser mais eficientes com tutoria no manejo inicial das espécies.

“Uma cultura de produção de adubos orgânicos domésticos pode incentivar a implantação de uma política pública para famílias de baixa renda, incentivando a preservação dos recursos naturais do solo, gerando conceitos de equilíbrio ambiental e restauração de áreas degradadas como a recuperação dos Biomas”, contou Fernando.

Ainda segundo o docente, o projeto, em sua fase atual, encontra-se em parceria com as secretarias de Estado da Agricultura e Pecuária (Seagri) e do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh), tendo aprovação por unanimidade pelo Grupo Gestor de Agricultura de Baixo Carbono de Alagoas (GGE/ABC-AL). “A Semarh solicitou que se faça a cotação das composteiras domésticas que vai patrocinar com parcerias com o Consórcio Regional de Resíduos Sólidos do Sertão de Alagoas”, complementou Coelho.

Leia mais sobre o projeto aqui e aqui.