Ciência e Tecnologia

Mercado Livre terá de indenizar usuária por suspensão de conta

Segundo o TJ/SP, a suspensão de 20 dias foi unilateral; Mercado Livre deve pagar indenização por danos morais e materiais

Por Texto: Ana Marques com Tecnoblog 23/05/2021 10h10
Mercado Livre terá de indenizar usuária por suspensão de conta
Reprodução - Foto: Assessoria
O Mercado Livre foi condenado pela Vara do Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de Vinhedo, em São Paulo, a pagar R$ 22,7 mil a uma empresária que teve sua conta suspensa de forma indevida na plataforma de forma. A indenização soma R$ 2,7 mil por danos materiais, R$ 15 mil por lucros cessantes e R$ 5 mil por danos morais. Segundo o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a conta da autora da ação foi suspensa por 20 dias após reclamações de compradores da plataforma. Entretanto, a empresa de comércio eletrônico teria tomado uma decisão unilateral ao suspender o perfil sem dar a oportunidade de defesa à usuária. Após o período estipulado pelo próprio Mercado Livre, a companhia teria reconhecido que não havia razão para excluir a empresária, que mantinha um relacionamento de longa data com a plataforma. Para o juiz Paulo Haye Biazevic, o Mercado Livre agiu de forma ilícita ao não oferecer à usuária uma forma de se defender das acusações. Segundo ele, a imposição de sanções de forma unilateral “viola valores centrais importantes que são o fundamento da juridicidade do contrato, em especial a importância do contraditório para a imposição de sanções”. Mercado Livre terá que pagar por danos morais e materiais Por ser impossibilitada de utilizar a plataforma para atividades comerciais, a autora da ação deverá receber “indenização pela perda da oportunidade”. O valor a ser pago foi calculado com base no faturamento médio da usuária. Além disso, a ação é passível de indenização por danos morais já que, de acordo com a sentença, “A suspensão da conta da demandante por vinte dias viola a boa imagem do empresário, pois transmite aos demais a ideia de que o negócio é desorganizado e pouco confiável”. A empresa ainda pode entrar com recurso.