Cidades
Polícia Militar de Alagoas suspende pensões
Pensionistas que recebem benefício há mais de 40 anos foram surpreendidas com decisão do poder público estadual
Pensionistas da Polícia Militar de Alagoas denunciaram ontem que tiveram suas pensões suspensas pelo poder público estadual. Algumas recebem o benefício há mais de 40 anos e foram surpreendidas, no mês passado, com a suspensão do pagamento sem sequer terem sido informadas. Elas estão preocupadas porque a situação deve se repetir no salário de novembro. A maioria tem mais de 60 anos e não possui condições de se sustentar, tampouco de trabalhar, já que a idade dificulta a inserção no mercado.
O benefício foi concedido às pensionistas por meio de uma lei da década de 1970, que permitia aos militares pagar 1,5% a mais para a Previdência, garantindo às filhas solteiras o direito à pensão em caso de morte. No caso de duas pensionistas associadas à Associação das Pensionistas e Dependentes dos Militares de Alagoas (ASSPDMAL), os pais faleceram em 1974 e 1976. Conhecidas como “Filhas da Lei”, elas não sabiam que tinham direito ao benefício, já que, na época, as mães eram responsáveis por receber a pensão.
As duas mulheres, que preferiram não se identificar por medo de represálias, só tiveram conhecimento do direito quando as mães faleceram. A Diretoria de Proteção Social (DPS) da Polícia Militar justificou a suspensão alegando que, além de não se casarem, elas não poderiam ter trabalhado. No entanto, uma delas exerceu atividade em 1988 e a outra em 2000, por desconhecerem a restrição. Hoje, uma recebe a pensão há 50 anos e a outra há 47, e ambas estão desesperadas diante da possibilidade de corte definitivo.
Segundo informações, além dessas duas, existem pelo menos outras cinco pensionistas na mesma situação, além de mulheres que não são associadas a entidades de classe e ainda não foram informadas da medida. O caso está sendo acompanhado pelo advogado Napoleão Lima Júnior, que conversou com a equipe da Tribuna Independente.
O advogado informou que ingressou com ações judiciais, com pedidos de liminar, tanto para as pensões já cortadas quanto para aquelas que correm risco de suspensão. “Iremos inclusive provocar o comando-geral da PM/AL para que atue diretamente junto à DPS e ao próprio Governo do Estado, a fim de cessar este absurdo”, declarou.
Em relação às ações em andamento, Napoleão afirmou que já conseguiu reverter parte da situação por meio de liminares, garantindo a liberação dos pagamentos às pensionistas.
“O Governo alega em sua defesa que a categoria, em determinado momento, teria tido algum tipo de vínculo que impediria o recebimento do benefício, ainda que esse vínculo tenha sido encerrado. Porém, em todos os casos provamos que não houve impedimento para o recebimento das pensões. Esta parcela de pensionistas corresponde a um número significativo e, ainda que fossem casos isolados, não haveria justiça em sonegar um direito assegurado pela lei e pela Constituição”, concluiu.
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