Cidades

Cemitério de Santo Antônio em Bebedouro está abandonado

Representantes do MUVB dizem que são 5 anos de descaso e que no Dia de Finados estarão homenageando parentes no local

Por Ricardo Rodrigues - colaborador / Tribuna Independente 21/10/2025 08h11
Cemitério de Santo Antônio em Bebedouro está abandonado
Professor José Balbino afirmou que desde 2021 vem cobrando providências com relação ao abandono - Foto: Edilson Omena

O Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) divulgou nota pública ontem denunciando o descaso do poder público com relação ao abandono do Cemitério de Santo Antônio, localizado no bairro de Bebedouro.

Segundo o coordenador-geral do MUVB, Cássio Araújo, cinco anos depois do fechamento do cemitério, por conta da tragédia do afundamento do solo provocado pela Braskem, não há perspectiva de construção de um novo local de sepultamento para os moradores da região.

“Além disso, a ampliação do Cemitério São Luiz, no bairro de Santa Amélia, continua parada e as covas da Igreja Católica do Cemitério da Piedade, que foram prometidas aos possuidores de jazigos no Cemitério Santo Antônio, nunca chegou aos antigos moradores de Bebedouro”, destacou Araújo. “O que temos hoje é o Cemitério Santo Antônio entregue ao mais completo abandono, não obstante ter sido transformado em um Memorial, depois de forte luta das vítimas”, acrescentou.

Na nota pública encaminhada à imprensa e postada nas mídias sociais, o MUVB decidiu, diante dessa realidade, prestar a mais completa solidariedade a quem tem jazigos no Cemitério Santo Antônio e alertar que a luta continua, para que os moradores da região tenham um sepultamento digno. “Só vamos parar quando os direitos das vítimas forem respeitados e devidamente ressarcidas de todas as violências praticadas”, concluiu o texto da nota do Movimento.

Segundo o professor José Balbino, que tem parentes sepultados no Cemitério Santo Antônio, desde setembro de 2021 que o MUVB encaminhou ofício aos órgãos municipais solicitando providências com relação ao abandono do cemitério e até agora nada foi feito para mudar essa realidade.

“É lamentável que cinco anos depois do fechamento, o cemitério continue completamente abandonado, tomado pelo mato e com vários túmulos violados. Um desrespeito sem precedentes com as famílias dos entes queridos ali sepultados”, comentou o professor, que esteve no último domingo, visitando o cemitério, acompanhado do comunicador Jackson Douglas.

De acordo com Balbino, no Dia de Finados, em 2 de novembro, os familiares dos mortos sepultados no Cemitério de Santo Antônio vão comparecer ao local, para rezar por seus entes queridos, com autorização ou não a Defesa Civil de Maceió.

A NOTA DO MUVB

No dia de hoje, 20/10/2025, faz 05 (cinco) anos do fechamento do Cemitério Santo Antônio, localizado em Bebedouro, e apesar das promessas da Prefeitura de Maceió, não há perspectiva de construção de um novo cemitério, a ampliação do Cemitério São Luiz, no bairro de Santa Amélia, continua parada e as covas da Igreja Católica do Cemitério da Piedade, que foram prometidas aos possuidores de jazigos no Cemitério Santo Antônio, nunca chegou aos antigos moradores de Bebedouro.

O que temos hoje é o Cemitério Santo Antônio entregue ao mais completo abandono, não obstante ter sido transformado em um Memorial, depois de forte luta das vítimas.

Quem não tem dinheiro para pagar o jazigo de um cemitério particular vê seus entes queridos jogados em um vão de 50 cm (cinquenta centímetros) de profundidade, tendo o caixão descoberto, ficando ao céu aberto, no espaço de uma semana. Essa situação atinge a dignidade dos mortos e dos seus familiares, além de colocar em risco a saúde dos trabalhadores de cemitérios e os visitantes, pois o processo de decomposição dos cadáveres provoca processos biológicos e bioquímicos que pode afetar a saúde humana e contaminar o lençol freático, inviabilizando o uso deste manancial para necessidades humanas.

Enquanto isso nas duas ações judiciais que tramitam na Justiça Federal estão paradas, tendo a Prefeitura de Maceió alegado que está tudo ótimo e maravilhoso e a Braskem dito que não deve nada a ninguém e que as vítimas devem se conformar com a sua própria desgraça.

Contudo, a situação só piora e a condição de sepultamento dos entes queridos das vítimas é de agressão crescente aos seus mais comezinhos direitos.

O MUVB vem prestar a mais completa solidariedade a quem tem jazigos no Cemitério Santo Antônio e alertar que a luta continua e que só vamos parar quando os direitos das vítimas forem respeitados e devidamente ressarcidas de todas as violências praticadas.