Cidades
Palestina é tema de debate na Feira da Reforma Agrária

A 24ª Feira da Reforma Agrária, realizada na Praça da Faculdade, em Maceió, recebeu, além da diversidade de produtos da agricultura familiar, debates e momentos de reflexão sobre temas sociais e políticos. Entre as atividades, uma das mais marcantes foi a roda de conversa com o tema “Palestina: História, Genocídio e Resistência”, que atraiu público interessado em compreender os aspectos históricos, culturais e geopolíticos da luta do povo palestino.
A discussão foi conduzida por Erick Memória, bacharel em Relações Internacionais e mestrando em Ciência Política na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e Luiz Gomes, professor de História da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), presidente do Sinduneal e coordenador do Grupo de Estudos História e Movimentos Sociais (GEHMOV). Eles trouxeram análises sobre a formação histórica da Palestina, a ocupação de seus territórios e os impactos da violência contínua na vida da população local.
Segundo os facilitadores, compreender a trajetória do povo palestino significa também refletir sobre a realidade brasileira. “Quando falamos de genocídio e resistência, não estamos olhando apenas para longe. Essas questões dialogam com as lutas sociais aqui no Brasil, com as populações que resistem ao apagamento e à violência do Estado”, destacou Erick Memória.

O professor da Uneal acrescentou que a roda de conversa faz parte do compromisso da feira em articular o debate político com as práticas de soberania alimentar. “A resistência palestina nos ensina que lutar pela terra e pela vida é universal. Assim como no Brasil, onde a reforma agrária é essencial, lá também a terra é elemento central de identidade e sobrevivência”, afirmou.
Além do debate internacional, a feira se consolidou mais uma vez como espaço de valorização da produção camponesa e de afirmação da luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Margarida da Silva, da direção nacional do MST, reforçou a relevância do encontro. “A Feira da Reforma Agrária mostra para a sociedade que é possível produzir alimento saudável, sem veneno, garantindo vida e dignidade para o nosso povo”, disse.

Para ela, a feira vai além da exposição e da comercialização de alimentos. “Esse é um momento de partilha, de diálogo e de resistência, onde reafirmamos a importância da reforma agrária popular para o Brasil. Aqui, apresentamos não apenas o fruto do nosso trabalho no campo, mas também a força de um projeto que acredita em justiça social”, completou.
Assim, a 24ª edição da feira reafirmou seu caráter político, cultural e popular, fortalecendo a luta pela terra, pela soberania alimentar e pelo direito à vida digna.

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