Cidades
Comércio ignora fim das sacolas plásticas
Mesmo sendo considerado produto poluente, este tipo de embalagem continua muito usado, apesar de estar com dias contados

O apego de boa parte dos consumidores às sacolas plásticas faz com que o produto seja quase um item obrigatório ao fazer a feira mensal ou mesmo as compras semanais.
No entanto, a embalagem de plástico está com os dias contados, pois projetos de lei em tramitação nas casas legislativas tentam proibir a sua distribuição nos supermercados e demais lojas de alto consumo.
Enquanto isso não ocorre, num olhar mais atento na fila do caixa, é fácil perceber que, ao passar os produtos nas máquinas registradoras, os clientes dos supermercados já estão de olho no embalador para ver se está munido de sacolas. Muitas sacolas.
A dona de casa Sônia Farias mora sozinha. Costuma ir ao supermercado uma vez por mês para realizar as grandes compras. Ao colocar os produtos em saquinhos plásticos e ainda à espera das sacolas ao final, no caixa, ela garantiu que reutiliza cada unidade ao máximo para ajudar a preservar o meio ambiente.
“Coloco lixo. Levo para coletar as fezes do meu animal. Embalo produtos, transporto mercadorias. Uso cada sacola por muitas vezes. Não as descarto simplesmente ao chegar em casa das compras”, assegurou.
A dona de casa Mirian Augusto garantiu que sempre vai às compras com caixas de papelão para transportar as mercadorias, uma vez que mora perto do supermercado e prefere fazer compras pequenas com muita frequência para ter sempre produtos em fresquinhos em casa.
“Justamente hoje saí de casa apressada e não trouxe a caixa de papelão. Embora já tenha vindo de outro lugar, onde já ganhei uma sacola e estou colocando a comprar na mesma sacola. Uma vez ou outra, não é nada demais. Sacola é praticamente um mimo que o supermercado nos dá”, resumiu.
A funcionária de uma das lojas da rede de supermercado Jacqueline Firmino admitiu que as sacolas plásticas são a grande preferência da clientela. E há quem fique reclamando quando a quantidade está pouca. Fora os fregueses que pedem uma sacola de tamanho maior que a que temos disponíveis para embalar as compras.
Segundo Jacqueline, em alguns atacadões, o consumidor tem que trazer a sacola de casa.
“Supermercado usa, em média, 40 mil embalagens por mês”, diz associação
Em Alagoas, em se tratando de setor supermercadista, englobando hipermercados, supermercados, mercadinhos e minimercados, são pelo menos 14 mil lojas. Na capital, esse número se aproxima de 4 mil pontos de venda. As informações são da Associação de Supermercados de Alagoas (ASA).
“Um supermercado de porte médio utiliza, em média, 40 mil sacolas plásticas por mês”, calculou a entidade. Ainda segundo a ASA, os consumidores dão preferência às sacolas de plásticos. O produto representa quase a totalidade das embalagens utilizadas.
Uma estimativa feita pela ASA apontou que nas lojas onde as compras são feitas por conveniência ou onde as compras são feitas diariamente, o valor gasto com sacolas chega ao alcance de 0,70% do faturamento.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), até 2050 é esperado que a produção de plástico triplique, contribuindo para que os oceanos tenham mais plásticos do que peixes. Também se estima que cerca de 90% das aves marinhas tenham ingerido plástico, prejudicando a evolução e sobrevivência da vida marinha.
Como consequência a poluição vai aumentando, as sacolas entupindo os bueiros e impedindo o escoamento da chuva. Ou vão parar em rios e oceanos, prejudicando também os animais.
O consumo exagerado e muitas vezes desnecessário de sacolas plásticas é um dos grandes agravantes da poluição e deterioração do meio ambiente.
As sacolas plásticas são extremamente poluentes, e um dos grandes vilões que atuam contra a saúde ambiental. Pode até ser que isoladamente você não utilize um volume prejudicial desse tipo de material, mas imagine essa quantidade multiplicada bilhões de vezes, por todas as pessoas ao redor do mundo, consumindo novos sacos plásticos todos os dias.
Sacolas plásticas e legislação em Alagoas e em Maceió – Não há projeto de lei, de autoria do poder executivo, que trate sobre proibição de uso de sacolas plásticas nos supermercados alagoanos.

Projeto de lei propõe cobrança a estabelecimentos pela utilização
Em Maceió, há um projeto de lei que propõe gratuidade para sacolas plásticas na capital. De autoria do vereador Cal Moreira (PL), o texto já recebeu parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal de Maceió.
Conforme o projeto, os supermercados não poderão cobrar pelas sacolas plásticas reutilizáveis em estabelecimentos comerciais da capital.
A medida determina que os estabelecimentos forneçam o item gratuitamente aos consumidores e obriga a fixação de placas informativas sobre a gratuidade.
No parecer, assinado pela vereadora Silvânia Barbosa (Solidariedade) e publicado no Diário Oficial de Maceió no último mês de março, a gratuidade das sacolas é defendida como uma medida de interesse público.
Em 2003, o deputado Leonam Pinheiro propôs um projeto de lei que proíbe, no âmbito do Estado de Alagoas, a distribuição e venda de sacolas plásticas por estabelecimentos comerciai, com o objetivo de estimular a população ao hábito de utilizar sacolas retornáveis, bolsas, mochilas ou qualquer outro meio de transporte de suas compras, reduzindo assim a geração de resíduos de fontes plásticas.
Conforme o texto, é permitida a distribuição ou venda de sacolas biodegradáveis ou biocompostáveis, bem como as sacolas retornáveis de material reciclável.
Sacolas no Brasil – Segundo o site Senado Notícias, Belo Horizonte foi a primeira cidade do Brasil a proibir o uso de sacolas plásticas em supermercado.
Em São Paulo, a Lei Municipal de proibição das sacolinhas 15.374/2011 foi pensada em 2011, mas só regulamentada em 2015. A distribuição gratuita ou venda de sacolas plásticas brancas não biodegradáveis em estabelecimentos comerciais foi proibida para estimular os paulistas a usarem sempre a sua própria sacolinha e repensarem o uso das descartáveis. Os supermercados são proibidos de vender, inclusive, sacolas com a marca da loja: só podendo vender as sacolinhas biodegradáveis sem o logo da empresa, evitando que o consumidor faça propaganda e pague por ela.
Já no Rio de Janeiro, desde 2009, a lei que diz que os comerciantes da cidade são obrigados a oferecerem alternativas às sacolinhas descartáveis não pegou. Ao contrário de São Paulo, a lei 5.502/2009 não proibiu a distribuição do material. Ela determina que o estabelecimento deve garantir ao consumidor um desconto de R$ 0,03 a cada cinco itens comprados sem o uso da sacolinha.
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