Cidades

Em 1ª conferência feminina PcD, Secdef reúne centenas de mulheres com deficiência para ações inclusivas

Iniciativa discutiu política públicas sobre saúde mental, segurança, mercado de trabalho, educação, mecanismo de escuta e acessibilidade

Por Ascom Secdef 11/08/2025 16h29
Em 1ª conferência feminina PcD, Secdef reúne centenas de mulheres com deficiência para ações inclusivas
Ação ocorreu no Instituto Federal de Alagoas (Ifal), em Maceió, nesta segunda-feira (11) - Foto: Mykeas Max / Ascom Secdef

A Secretaria de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência (Secdef) reuniu cerca de 140 mulheres PcD’s de Alagoas para discutir políticas públicas voltadas a esse público feminino. Em quatro eixos, a iniciativa tratou de saúde mental, segurança, mercado de trabalho, educação, mecanismo de escuta e acessibilidade. A ação ocorreu no Instituto Federal de Alagoas (Ifal), em Maceió, nesta segunda-feira (11).

A secretária de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência, Tereza Nelma, destacou o índice de mulheres PcDs no estado.

“De acordo com dados do Censo de 2022 do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística], Alagoas tem o maior percentual de pessoas com deficiência no país. São 300 mil, o equivalente a 9,6%. Além disso, as mulheres são maioria entre as PcDs, com 10,8% da população feminina, maior percentual entre os estados”, disse.

Tereza Nelma ressaltou ainda que os dados referentes às mulheres PcDs revelam outros percentuais.



“As desigualdades são percebidas na educação. O analfabetismo entre as pessoas com deficiência no estado é de 36,8%, que representa o segundo maior percentual do país. Além disso, as mulheres são maioria entre as PcDs, com 10,8% da população feminina nessa condição, maior percentual entre os estados”, comentou.

Além da construção de políticas públicas, Tereza Nelma ressaltou que a conferência livre reafirma o compromisso de construir um estado mais inclusivo, levando as pessoas com deficiência ao protagonismo social.

“Essa iniciativa reforça o que já sabíamos na prática: o desafio é enorme, e precisamos enfrentá-lo com políticas públicas sólidas, efetivas e empáticas. Nossa população com deficiência precisa ser vista e ouvida”, afirmou.

Durante a conferência, foram discutidos quatro eixos. O primeiro tratou das garantias de políticas interseccionais com recorte específico para mulheres com deficiência no âmbito da saúde, segurança, trabalho e educação.

O segundo abordou a criação de mecanismos permanentes de escuta e consulta com mulheres com deficiência na formulação de políticas públicas. Na sequência, foi debatida a ampliação da acessibilidade nas delegacias, serviços de saúde e espaços de justiça, com formação continuada de servidores.

Na quarta, foi discutida como a saúde mental da mulher com deficiência pode ser afetada por uma combinação de fatores intrínsecos à deficiência.



Para reafirmar o compromisso com a política de inclusão social, as cerimonialistas foram duas mulheres com deficiência: as assessoras técnicas da Secdef Ana Cláudia e Caroline Ferreira. Além delas, as palestras também serão proferidas por mulheres com deficiência.

“O objetivo é sempre assegurar a representatividade e a diversidade, reafirmando a plena participação das mulheres com deficiência”, disse Tereza Nelma.

Vale destacar que também foram discutidas a realidade social, econômica, política, cultural e ambiental impacta diretamente na saúde mental da população, não sendo um problema meramente individual.

Promovida pela Associação das Mulheres com Deficiência do Estado de Alagoas (AMDEAL), a conferência livre representou um espaço de construção coletiva, escuta ativa e protagonismo. Esse instrumento legítimo de mobilização assegura que as experiências, saberes e demandas das mulheres com deficiência estejam presentes na Etapa Nacional da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, fortalecendo o princípio da interseccionalidade.