Cidades
Médico e escritor alagoano Luiz Nogueira Barros morre aos 89 anos
Velório será realizado no cemitério Parque das Flores em Maceió na segunda-feira (11)

Faleceu na manhã deste domingo (10), o médico e escritor Luiz Nogueira Barros, aos 89 anos. O velório será realizado neste domingo, no cemitério Parque das Flores, no bairro do Canaã, em Maceió, mesmo local do sepultamento, que acontecerá na segunda-feira (11), às 10 horas.
Nascido em Pão de Açúcar, no dia 2 de novembro de 1935, Luiz Nogueira viveu parte da infância em Santana do Ipanema, cenário que inspirou muitos de seus contos. Formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) em 1963 e dedicou sua carreira ao serviço público, atuando no SESP e no antigo INAMPS. Paralelamente à medicina, construiu uma trajetória literária marcada por ensaios, peças teatrais e crônicas que abordavam temas históricos, políticos e filosóficos.
Entre suas obras publicadas estão “O que se passa com o rei?”, uma fábula sobre a guerra; “Do sertão ao litoral”, coletânea de contos e ensaios; “A solidão dos espaços políticos”, análise sobre as décadas de 1930 a 1950 em Alagoas; e “As bodas do Senhor Prudente”, peça teatral premiada pela Academia Alagoana de Letras. Também deixou inéditos como o romance “A saga dos Góis Monteiro” e o ensaio “Perfil cultural do Século XXI em face da globalização”.

Luiz Nogueira foi membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL), onde ocupou a função de Secretário Perpétuo a partir de 2001, e também integrou a Academia Alagoana de Letras. Seu sucessor na Cadeira nº 13 do IHGAL, João Aderbal Raposo de Moraes, prestou homenagem à sua trajetória, destacando o legado de um homem que “uniu o olhar clínico à escuta da história” e que “deixou-nos a lição de que escrever também é cuidar”.
Além de sua atuação intelectual, Luiz Nogueira teve participação política marcante. Foi militante do Partido Comunista Revolucionário (PCR) e, em 1973, foi preso e torturado pelo Exército durante o regime militar, após ser acusado de envolvimento político com o também militante Manoel Lisboa. Segundo o site História de Alagoas, Nogueira respondeu a processo após a prisão.
Seu nome também figura entre os integrantes da redação do jornal comunista “A Voz do Povo”, mantido pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB). A publicação, segundo o historiador Geraldo Majella, foi um dos veículos que resistiram à repressão política e formaram gerações de profissionais comprometidos com a transformação social.
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