Cidades
Audiência pública: relatório recomenda nova revisão nas áreas afetadas pela mineração em Maceió
Estudo foi apresentado nesta sexta-feira (8), gerando expectativas nos moradores dos bairros atingidos

Um relatório técnico-científico sobre o fenômeno de subsidência que provocou o afundamento do solo em cinco bairros de Maceió, foi apresentado nesta sexta-feira (8), em audiência pública no auditório do Cesmac. O documento elaborado de forma independente por cientistas brasileiros e estrangeiros sugere a revisão do mapa, por parte da própria Braskem, das áreas atingidas pela mineração.
Iniciado em fevereiro deste ano, após articulação do Núcleo de Proteção Coletiva da Defensoria, que requisitou dados oficiais da Defesa Civil de Maceió para embasar a análise. Os organizadores, afirmam que o relatório segue padrões internacionais de rigor científico e independência metodológica.
"A gente faz essa sugestão de revisão desse mapa. Ele, como qualquer produto, tem suas limitações. A gente procurou apontar essas limitações e essa é uma recomendação que a gente faz, sim. Um estudo bem embasado que mostra que os números, às vezes, não condizem com a realidade, porque altera muito essas faixas. É um problema complexo, são vários fatores que se combinam", disse o pesquisador, doutor em ciências e professor de geologia da Universidade Federal do Espírito Santo, Marcos Eduardo Hartwig.
Marcos Eduardo explicou que mesmo alguns dados mostrarem um cenário de estabilização na movimentação da terra, eles não refletem a realidade. Assim o documento também Magdalena Vassileva (PhD), Fábio Furlan Gama (Doutor em Ciência), Djamil Al-Halbouni (PhD) e Mahdi Motagh (PhD).
Conforme o pesquisador, estudos mostram que a movimentação acontecia desde 2004. “Utilizamos dados de junho 2019 até dezembro de 2024. Os números, se analisados em média, mostram que a movimentação não é grande. Mas se analisarmos as situações isoladas, vemos que a realidade é diferente".
Para o defensor público, Ricardo Melro, a apresentação do documento é de importância gigante, já que as comunidades perderam a confiança nas instituições de defesa locais.
“Se o relatório independente disser que está tudo ok, vamos ter que aceitar. Mas, se apontar correções de rumo, as vítimas saberão que é hora de cobrar, seja da Prefeitura, da Defesa Civil ou na Justiça”, pontuou Melro.
Em nota, a Braskem disse que desde de 2019 atua em Maceió com foco em segurança das pessoas e no desenvolvimento de medidas para reparar ou compensar os efeitos da subsidência. Veja integra da nota abaixo.
Nota Braskem
A Braskem esclarece que desde 2019 atua em Maceió com foco na segurança das pessoas e no desenvolvimento de medidas para mitigar, reparar ou compensar os efeitos da subsidência do solo nos bairros de Bebedouro, Bom Parto, Pinheiro, Mutange e Farol. O trabalho desenvolvido dentro e fora do mapa definido pela Defesa Civil Municipal – órgão público que detém a competência para a definição de áreas de risco e de monitoramento - é baseado em critérios e estudos técnicos e amparado por acordos firmados com as autoridades e homologados pelo Judiciário. Tanto a área definida pela DCM como seu entorno são constantemente monitorados por uma rede de equipamentos robusta, capaz de detectar movimentos milimétricos do solo. Além disso, o Comitê de Acompanhamento Técnico (CAT) faz vistorias regulares no entorno da área e, até o momento, não houve indicação de adoção de um novo mapa.
A Defesa Civil de Alagoas disse que não teve acesso ao documento até o momento. A Defesa Civil Municipal também não se manifestou sobre a apresentação do estudo independente.
A audiência pública aconteceu na manhã de hoje e todos os setores da sociedade foram convidados a participarem, como os moradores, instituições públicas e privadas, líderes comunitários e a sociedade civil.
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