Quem estava no trânsito de Maceió, na tarde dessa quarta-feira (30), foi surpreendido por uma cena inesquecível: um carro com um cartaz na traseira dizia “Hoje é minha última quimioterapia. Buzine!”. No banco de trás, um garotinho de sorriso tímido, mas cheio de orgulho, acenava para quem atendia ao pedido. Ele era Pedro, de 8 anos, e estava celebrando uma das maiores vitórias de sua vida.

Entre as buzinas, um gesto tocou ainda mais profundamente. No carro ao lado, o bombeiro militar Rodolfo Marcelo emparelhou o veículo, parabenizou o menino e se emocionou. “Buzinei. Gritei: ‘Deus te abençoe!’ e chorei. Chorei porque sou pai, porque sei o valor da vida, porque a vitória dele se tornou minha também”, escreveu ele em um post que viralizou nas redes sociais.

Pedro enfrentou 36 sessões de quimioterapia, 20 de radioterapia e precisou retirar um testículo com tumor. O diagnóstico, feito há 1 ano e 3 meses, foi de rabdomiossarcoma embrionário, um tipo raro de câncer infantil. “Nossas vidas mudaram completamente. Foram dias de dor, internamentos e muitos desafios, mas também de esperança e encontros com pessoas incríveis”, lembrou Elaine, mãe do garoto.

A ideia do cartaz surgiu das redes sociais. Elaine já havia feito um semelhante quando o filho concluiu a radioterapia. Desta vez, foi o próprio Pedro quem sugeriu repetir. “Ele queria celebrar. Me perguntou o que eu ia fazer quando ele terminasse. E foi assim que surgiu o cartaz, e esse momento que ninguém mais vai esquecer”, contou.

Agora, Pedro aguarda os exames finais que vão confirmar se a doença foi embora. Se estiver tudo limpo, ele tocará o simbólico sino da cura. Em seguida, começará o acompanhamento que deve durar ao menos cinco anos.

“É essencial falar sobre o diagnóstico precoce e estar atento aos sinais. O câncer infantil tem crescido, e precisamos olhar com mais atenção para nossas crianças”, alertou Elaine.

A cena entre o menino e o bombeiro resume a força da empatia e da celebração da vida. Pedro ainda não sabe qual será o próximo cartaz, mas uma coisa é certa: onde ele passar, continuará arrancando sorrisos, esperanças — e lágrimas de alegria.