Cidades
MPT realiza capacitação para Correios em Alagoas sobre combate ao trabalho infantil
Coordinfância mostrou como ocorrem casos de exploração de crianças e adolescentes e desafios dos órgãos de fiscalização

Os Correios em Alagoas receberam capacitação sobre o enfrentamento ao trabalho infantil. Nesta terça-feira (22), o Ministério Público do Trabalho (MPT) palestrou para gestores e empregados do órgão estatal a fim de apresentar a eles sobre como ocorre a mazela que afeta milhares de crianças e adolescentes no estado.
A procuradora do Trabalho Cláudia Soares, que coordena regionalmente a Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil e Promoção e Defesa dos Diretos de Crianças e do Adolescentes (Coordinfância), ministrou uma apresentação online para os trabalhadores dos Correios. Na exposição, foram abordados temas como conceito, história, tipos, legislação vigente, desconstrução de mitos, aspectos culturais e piores formas de trabalho infantil no Brasil.
O próximo passo da atuação conjunta passa por capilarizar a capacitação para os cerca de 450 carteiros na ativa em Alagoas. A ideia é que os empregados públicos aprendam a identificar os casos de trabalho infantil para depois denunciá-los aos órgãos de fiscalização.
“Queremos transformar os carteiros alagoanos em agentes de transformação da realidade de crianças e adolescentes vítimas de trabalho infantil. A partir da capacitação do MPT, eles ajudarão os órgãos de fiscalização em casos cotidianos que nem sempre são fáceis de serem flagrados, como acontece com o trabalho infantil doméstico e o trabalho análogo à escravidão”, explica Cláudia Soares.
"É uma parceria de muita importância entre as duas instituições em uma pauta de enorme relevância. Estamos honrados em contribuir com essa missão e seremos vigilantes atentos a qualquer inconformidade ou situações que apontem para a violação dos direitos das crianças. Estaremos juntos buscando a erradicação do trabalho infantil", destacou Luiz Carlos Bastos, superintendente estadual interino dos Correios em Alagoas.
A capacitação foi facilitada pelo Grupo de Trabalho Diversidade do órgão estatal.
Invisibilidade
Segundo a procuradora do MPT, a subnotificação é recorrente em Alagoas. De maio de 2024 a maio de 2025, a instituição ministerial no estado recebeu apenas 56 denúncias de trabalho de crianças e adolescentes realizados fora da idade permitida em lei.
Os dados sugerem a invisibilidade do trabalho infantil como uma violência. Isso porque, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2023, estima-se que, somente em Alagoas, há 20 mil crianças e adolescentes vítimas da mazela.
Os números podem ser ainda maiores em razão de a pesquisa deixar de englobar casos de trabalho infantil doméstico, nas ruas, exploração sexual e tráfico de drogas.
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