Cidades
Profissional lembra as noites mal dormidas
Carla Regina ressalta a importância das pessoas que estavam à frente do movimento no processo de formação da cooperativa

A profissional gráfica Carla Regina lembra das noites dormidas no prédio da Tribuna de Alagoas, que foi acampado pela categoria. Ela diz que o sentimento era de desespero com o fechamento do jornal. Os profissionais tinham medo de perder o emprego e o salário. As dificuldades para imprimir as primeiras edições já como Tribuna Independente também vêm à mente dela nessa data de aniversário.
“Às noites, dormíamos na Tribuna, guardando o prédio. E meses depois a gente passou a rodar o jornal. A gente rodava os jornais, com os papéis e os filmes que tínhamos. E a gente mesmo ia às ruas vender as edições para conseguir dinheiro para ajudar nas despesas. Para mim, foi muito importante, porque eu não fiquei desempregada e nem meus amigos. Foi uma conquista muito grande. Começamos do nada e hoje em dia, após 18 anos, estamos aí na luta. Cada dia é uma conquista. Para mim foi muito importante. A metade da minha vida é dentro da Tribuna.”
Carla Regina ressalta a importância das pessoas que estavam à frente do movimento no processo de formação da cooperativa. “A gente ficava na frente, nas gramas. Quando a gente entrou e viu que tinham pessoas que estavam à frente mais ainda, que deu aquele pontapé, que disse ‘bora minha gente, vamos’ e fomos. Foi muito difícil no começo, mas conseguimos, estamos conseguindo. Eu tinha fé que daria certo. Eu sempre dizia ao [presidente Paulo] Gabriel que, quando vi a esperança dele na luta, eu sabia que o negócio ia para frente. E eu admiro muito também Zé Carlos, que esteve no início. Ele foi um lutador também pela Tribuna. Quando ele botou a gente dentro da Tribuna e disseram ‘vamos rodar o jornal’, ele, Toinho e Gabriel, os que estavam mais à frente, eu vi neles que o negócio ia dar certo então.”
Ela acredita que ainda há muito a caminhar. “Mas para quem começou do zero, para quem começou só na luta mesmo, tivemos muitos altos e baixos. Dias que eu digo, meu Deus, nós não vamos chegar ao primeiro ano, mas estamos chegando aos 18 anos. É difícil, eu sei que é difícil, quem está na frente administrando sabe o quanto é difícil, mas eu creio que é positivo. Essa jornada é positiva e há ainda muito a caminhar e crescer. Mas vencemos muito e, com esses profissionais que temos, a Tribuna ainda vai muito mais à frente.”
Carla lembra ainda das conquistas ao longo desses 18 anos. “Quando começamos, a gente tinha uns carros velhinhos que ficaram da Tribuna de Alagoas, uns Fiats velhos quebrados, uma coisinha aqueles carros. Hoje em dia o que a gente tem? A gente conseguiu o nosso parque gráfico, um gerador que é nosso. Pena que perdemos o prédio. A gente não conseguiu [no leilão]. Mas já conseguimos muita coisa. Os carros, a credibilidade da Tribuna. Temos jornalistas super vencedores. Estão sempre aí na mídia: a Tribuna venceu. Nossos profissionais têm capacidade. Quem acredita que a Tribuna ia chegar aos 18 anos? Mas hoje estamos aí.”
Para ela, o projeto tem ainda muito a crescer. “Eu acredito no projeto Tribuna Independente. Com a união de todos, a Tribuna vai crescer muito mais. Eu quero estar presente para ver, mesmo velhinha com os meus 60, 70 anos e trabalhando ainda na cooperativa que ajudei a fundar”.
Maraci Marta: “Era um miserê, tudo tão distante”
O sonho e a fé foram a fonte de sustento emocional para a gráfica Maraci Marta de Medeiros lá no início, há 18 anos. Para ela, parecia tudo tão distante de acontecer. Mas o sonho individual se uniu a outros sonhos e juntos, com perseverança, se agigantaram, tonando-se real. Hoje a sensação dela é de alegria e dever cumprido.
“Na época que a gente estava lá, era um miserê. Era tudo tão distante. Eu jamais imaginaria de a gente estar vivendo isso hoje. Tinha que sonhar? Sonhava. Mas era muito, muito difícil mesmo. Hoje, tenho muito orgulho da minha trajetória”, diz Mara.
Como outros cooperados, a profissional gráfica avalia que a união foi fundamental para chegar a maioridade. “Para mim, a Tribuna é a minha segunda família. Foi a união e a parceria que fez com que a gente chegasse juntos até aqui. Houve muitos atritos, claro, muitas dúvidas, muitas pedras no caminho, mas a gente conseguiu superar devido à união. Porque naquela época era tudo muito incerto. A gente não sabia se ia dar certo. Hoje, a gente está vivendo um momento com mais leveza. Eu me sinto muito honrada de fazer parte dessa história. Espero que venham mais 18 anos e que a nossa a família Tribuna, como eu sempre chamo, fique cada vez mais fortalecida.”
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