Cidades
Tribuna se destaca no caso da Braskem
Lideranças e autoridades reconhecem o trabalho do jornal na cobertura da tragédia, ouvindo sempre os dois lados

A Tribuna Independente tem se notabilizado, nos últimos 18 anos, como um jornal em defesa da verdade e dos injustiçados. Não por acaso tem se destacado na cobertura do Caso Braskem, reportando todos os lados dessa tragédia socioambiental; ouvindo principalmente as vítimas do afundamento do solo provocado pela mineradora, em Maceió.
Essa postura tem conquistado o reconhecimento de lideranças à frente da luta de resistência ao crime da Braskem. Especialistas e autoridades no assunto, que veem a Tribuna Independente chegar, neste 10 de julho, aos 18 anos de vida, na condição de único diário em circulação no Estado, com coragem suficiente para apurar e divulgar os grandes temas da atualidade.
Na vanguarda das notícias sobre essa tragédia ambiental, o impresso perdeu as publicidades da gigante petroquímica, mas preservou seu compromisso com a verdade e em defesa do povo. Assim, a Tribuna se tornou a voz mais presente no jornalismo alagoano a denunciar as mazelas, injustiças e crimes da Braskem contra milhares de famílias. Veja o que dizem, sobre isso, essas lideranças.
“A Tribuna exerceu um papel decisivo e foi além da simples cobertura do maior crime sócio ambiental do mundo em área urbana. O jornalismo da Tribuna foi além e garantiu voz, um contraponto ao processo de violência institucional e econômica que buscou silenciar as lideranças, apagar os rastros deste crime e esconder a omissão igualmente criminosa das autoridades constituídas. Este enfrentamento incansável do bom jornalismo que investiga, que vai além da notícia factual, que repercute opiniões contrárias aos interesses do poder cooptado pela mineradora, teve um preço: a perda de verba publicitária, a mesadinha que a Braskem usou pra silenciar a grande maioria dos veículos de comunicação de Alagoas e do Brasil. Eu me lembro de um novo veículo que surgiu no meio desta tragédia. Sua primeira série de reportagens foi com os empreendedores do Pinheiro. Não durou alguns meses e o fundador deste canal já nem nos recebia mais, não cobriu nenhum fato ligado à Braskem, passou a receber verbas publicitárias mensais e conseguiu um empreguinho da prefeitura, numa atitude que se repetiu ao longo destes 7 anos, desde o terremoto de 2018: veículos de imprensa, professores universitários, pesquisadores, escritores, políticos, dos vereadores, deputados estaduais e federais, senadores, governadores e prefeito, além de candidatos, todos se aproximando das vítimas, criticando a Braskem para depois negociarem caro sua rendição ao poder econômico da mineradora. Para a maioria das autoridades do nosso município e estado, a tragédia do afundamento foi vista como oportunidade de lucrar com o sofrimento alheio”, disse Alexandre Sampaio, presidente da Associação dos Empreendedores Vítimas da Braskem em Maceió.
“Em cenário marcado pelo silenciamento institucional, onde a mineração opera como poder paralelo, sem responsabilização e sem limites, onde os interesses econômicos muitas vezes ditam as pautas, a Tribuna escolheu o lado certo da história. Escolheu estar ao lado dos atingidos, escolheu denunciar. Chegar aos 18 anos de circulação diária e mantendo uma postura crítica e comprometida com a verdade, especialmente após perder o apoio publicitário da Braskem, é um feito raro. A Tribuna Independente cumpre, de forma ética e corajosa, o papel que a mídia deveria exercer: o de fiscalizar o poder, dar visibilidade as vozes silenciadas e contribuir com a construção de uma sociedade mais justa. Em tempos de apagamento, omissão e conivência, a Tribuna segue sendo resistência”, afirmou Neirevane Nunes – Bióloga, vítima do crime da Braskem, pesquisadora e militante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM):
“Na mídia jornalística, sim; a Tribuna Independente é a voz das vítimas. Não diria que é uma voz, mas a voz que nos restou. Em outros espaços midiáticos, por exemplo nos eletrônicos, contamos ainda com vozes tão responsáveis quanto.
Traçando um histórico: no início, o silêncio era total. Tanto que o título do nosso livro foi: ‘Rasgando a Cortina do Silêncio’ e refletia exatamente isso. Aos poucos a cortina foi sendo rasgada. Mas o noticiário foi minguando cada vez mais para recantos de menor importância. Quase subitamente e de forma estranhamente sintomática, jornais locais retornaram ao silêncio! Restou-nos a Tribuna que continua a fazer jus ao seu nome de Independente. Corajosa, lúcida e fiel aos fatos!”, destacou José Geraldo Marques, Professor e ecologista, um dos primeiros a denunciar a mineração predatória iniciada pela antiga Salgema, em Maceió.
“Desde os primeiros tremores, ainda em 2018, o jornal tem aberto espaço praticamente todos os dias para dar visibilidade às vítimas e às instituições que lutam por justiça. Não é só uma cobertura. É um compromisso diário com a verdade. Em quase todas as suas edições, a Tribuna fez questão de expor a tragédia e, ao mesmo tempo, dar voz a todos os lados: às vítimas, às instituições, e inclusive à própria Braskem e aos entes públicos. Isso mostra seriedade. A Tribuna é, sim, uma das maiores, senão a maior, voz das vítimas da Braskem. A Tribuna Independente tem exercido um papel histórico da imprensa: o de uma imprensa que não se curva ao poder econômico ou político. Denunciou o que muitos calaram. Vários fatos graves, que passaram quase despercebidos por outros veículos, foram manchete de capa da Tribuna. Mesmo com todos os riscos, inclusive o de perder publicidade institucional de grandes empresas como a Braskem, a Tribuna seguiu firme, e essa coragem merece reconhecimento. Quem ganha com isso é a sociedade. E, principalmente, as famílias atingidas por esse crime ambiental sem precedentes. Por isso, é preciso parabenizar essa caminhada. São 18 anos de circulação diária, e isso por si só já é um feito admirável, ainda mais no cenário atual, em que tantos jornais fecharam suas portas ou migraram totalmente para o digital” relatou Ricardo Melro, defensor público da Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE).
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