Cidades

Alagoas registra 65 mortes de cavalos por ração contaminada

Estado ocupa o terceiro lugar no ranking nacional de mortes de equinos ligadas à Nutratta Nutrição Animal

Por Tribuna Hoje com agências 05/07/2025 11h17 - Atualizado em 05/07/2025 16h01
Alagoas registra 65 mortes de cavalos por ração contaminada
Fiscalização do Mapa identificou irregularidades na fábrica da Nutratta, suspeita de produzir ração contaminada - Foto: Imagem ilustrativa

A crise envolvendo a morte de cavalos após o consumo de ração contaminada continua se agravando em Alagoas. O estado já contabiliza 65 mortes de equinos, todas associadas ao consumo de rações fabricadas pela empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda. A informação foi confirmada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que monitora a situação desde o final de maio.

O número coloca Alagoas como o terceiro estado com maior quantidade de mortes confirmadas, atrás apenas de São Paulo (83) e Rio de Janeiro (69). No total, 222 cavalos morreram em todo o Brasil devido à suspeita de intoxicação pelas rações da empresa.

Além dos dados oficiais, novos relatos continuam surgindo em diferentes regiões, como no sudoeste da Bahia (40 mortes), Goiânia (70) e Jarinu-SP (34), mas esses casos ainda não foram formalmente reconhecidos pela Ouvidoria do Mapa, o que impede sua inclusão nas estatísticas e dificulta a investigação.

Sintomas tardios dificultam detecção precoce

De acordo com o Ministério, os cavalos afetados apresentam quadro clínico grave e progressivo, com insuficiência hepática, e muitos deles só demonstram piora dias após parar de consumir a ração, o que aumenta os desafios para conter a situação.

Fábrica interditada e vendas suspensas

Após receber as primeiras denúncias em 26 de maio, o Mapa realizou duas fiscalizações no único estabelecimento da Nutratta, que fabrica rações para equinos e ruminantes. Durante as visitas, foram constatadas irregularidades sanitárias, resultando na suspensão cautelar da produção.

Na sequência, o Ministério proibiu a comercialização de todos os produtos da marca, com o escopo da interdição sendo ampliado conforme novos indícios surgiam.

A empresa ingressou com um mandado de segurança na Justiça para tentar derrubar as sanções, mas o Mapa já apresentou os esclarecimentos e aguarda a decisão judicial.

Ministério reforça apelo por denúncias

O Ministério da Agricultura reitera que segue trabalhando para proteger a saúde animal e a segurança da cadeia agropecuária. Tutores de animais, criadores e veterinários que tenham informações relevantes devem enviar relatos exclusivamente por meio da Ouvidoria oficial, no endereço: 👉 https://www.gov.br/ouvidorias/pt-br