A terceira edição do Prêmio Ambientalista Afrânio Menezes reuniu autoridades, pesquisadores e representantes da sociedade civil na noite desta sexta-feira (27), no auditório da Casa da Indústria, em Maceió. Promovida pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), a premiação reconhece iniciativas que contribuem para a preservação ambiental no estado.

O diretor-presidente do IMA, Gustavo Lopes, destacou a importância de reconhecer o esforço coletivo em defesa do meio ambiente e reforçou o papel das instituições públicas na articulação com a sociedade civil.

“Cada homenageado aqui representa um elo essencial na rede de proteção ambiental que estamos construindo. Nosso desafio vai além da fiscalização, pois envolve educação, diálogo e valorização de quem, todos os dias, escolhe cuidar do que é de todos”, disse.

Entre os destaques da noite, a Usina Caeté foi agraciada com o Prêmio Master, pelo trabalho que alia produção e conservação, mantendo sete reservas naturais em Alagoas.

"Na nossa área já existem algumas RPPNs e estamos em processo de criação de uma nova, localizada na faixa do rio São Miguel e da Lagoa do Roteiro. Inclusive, nessa unidade de conservação, será realizada a soltura do papagaio-do-mangue, em alinhamento com o Plano Estadual", relata o diretor administrativo da Usina Caeté, Paulo Ramalho.

O procurador da República, Érico Gomes, foi reconhecido pela atuação na proteção dos recursos naturais, com destaque para sua participação na Coordenação-Geral da Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia do Rio São Francisco (FPI).

Já o procurador-geral de Justiça, Lean Araújo, recebeu o Prêmio Destaque Institucional Estadual, por sua trajetória no Ministério Público e pelos projetos ambientais desenvolvidos pela instituição.

Na categoria Academia, a professora Flávia Moura, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), foi homenageada pelo trabalho com comunidades tradicionais no uso de sementes nativas e na recuperação de áreas degradadas. A empresa Qualitec Ambiental, com duas décadas de atuação na destinação correta de resíduos perigosos, foi reconhecida com o Prêmio Empresarial.

Também foram homenageados: Shierley Santos Gois, pela criação e gestão da RPPN Green Garden; o ambientalista Paulo Soares, do povoado Tingui, em Água Branca, pela atuação em conselhos gestores; e Alex Nazário, gerente de Unidades de Conservação do IMA.

A noite, marcada por emoções e homenagens, contou com o discurso de Shirley Gois, proprietária da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Green Garden. Em sua fala, ela ressaltou a importância de lutar pelas causas ambientais e defender a permanência das unidades de conservação.

“Proteger o meio ambiente é um compromisso contínuo com as gerações futuras. As unidades de conservação são fundamentais para garantir que áreas valiosas de biodiversidade continuem existindo. Defender a criação desses espaços é garantir o direito da natureza de existir e se manter viva”, afirmou.

Sem saber previamente que seria premiado, o gerente de Unidades de Conservação do IMA, Alex Nazário, foi homenageado pelos esforços contínuos na criação, gestão e implementação dessas áreas em Alagoas. A entrega do prêmio reforçou o tema do Mês do Meio Ambiente deste ano, “Territórios do Amanhã”, destacando o papel estratégico das unidades de conservação para o futuro ambiental do estado.

Ao reunir diferentes setores da sociedade, a terceira edição do prêmio reforça que a preservação do meio ambiente é uma responsabilidade coletiva, que exige continuidade, participação e valorização de quem atua, diariamente, na construção de territórios sustentáveis.

Troféu Afrânio Menezes

Antes conhecido como Troféu Alagoas Verde, o Troféu Afrânio Menezes presta homenagem a servidores públicos com mais de três décadas de atuação no Instituto do Meio Ambiente de Alagoas. A honraria leva o nome do homem que dedicou grande parte de sua vida ao serviço público ambiental.

Veterinário de formação, Afrânio nasceu em 1944 e teve papel de destaque no IMA como coordenador de convênios. Também atuou nacionalmente como vice-presidente do conselho da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, uma iniciativa da Unesco no Brasil.

Sua trajetória foi interrompida em abril de 2021, quando faleceu em Maceió, vítima da COVID-19.