Cidades
Moradores dos Flexais sofrem com obras no bairro
População acusa Braskem de abrir buracos e não fazer recolocação do asfalto

Moradores dos Flexais – de Cima e de Baixo –, no bairro de Bebedouro, denunciam que estão com as ruas Faustino Silvério e Tobias Barreto isoladas, devido a obras de saneamento, iniciadas, segundo eles, há cerca de quatro meses e sem previsão de conclusão. Como resultado, ruas intransitáveis, esburacadas e sem o devido recapeamento. Conforme os cálculos das lideranças locais, pelo menos 3.300 pessoas estão sendo prejudicadas.
Abalados e sem perspectivas de melhoras, os moradores estão unidos na reinvindicação por melhores condições no bairro e a mínima infraestrutura. Para eles, está faltando até mesmo o básico direito de ir e vir.
A população afirmou que os motoristas de carros por aplicativos não aceitam mais corridas para a região e não entram mais nas ruas para não danificarem seus veículos, muitos moradores chegam a desmarcar médicos e outros compromissos por não conseguirem mais sair de suas residências e crianças e adolescentes perdem dias consecutivos de aulas pela dificuldade de transitar pela região.
Para o morador Francisco Alves Barbosa Júnior, há 51 anos morando no Flexal, a única coisa que sustenta os que ainda resistem é a fé em Deus de que a justiça será feita. “Nem que seja a justiça divina. O que fizeram com a gente é muito desumano. O que ainda estão fazendo com a gente é monstruoso. É um sofrimento sem fim”.
Sempre que pode, ele veste a camisa com a frase “Se você não está do lado das vítimas, é a favor do crime da Braskem”.
O morador Valdemir Alves está no bairro há 32 anos. Sustenta sua família vendendo churros e parou, temporariamente, por não conseguir empurrar seu carrinho pela Rua Tobias Barreto que tem mais buraco do que pista.
Mineradora nega
População culpa Braskem pela buraqueira nas ruas
A população culpa a Braskem pela situação. Segundo a comunidade, todos os problemas começaram com a tragédia causada pela mineradora. A Braskem negou qualquer responsabilidade com esta obra específica de saneamento.
Para Abeliel de Oliveira, conhecido como “Pancada”, há 21 anos morando no local, as pessoas não têm mais nem lágrimas para chorar desde que foram jogadas nesta situação.
“Precisamos de atenção, de indenização financeira, moral, social e psicológica e não de buracos nas nossas ruas. Minha filha tem Transtorno do Espectro Autista e estamos com a maior dificuldade de darmos continuidade ao tratamento. Sair de casa está um verdadeiro transtorno. Nossa rua parece uma colcha de retalho de tanta cratera”, reclamou.

Vizinho de rua e amigo há décadas de Abeliel, Erivan Pereira, mora há 50 anos no Flexal. Tinha um mercadinho e atendia às necessidades mais urgentes da comunidade, com sua variedade de produtos. Praticamente com o negócio de portas fechadas, devido às perdas das mercadorias que saíram da validade por falta de freguesia, ele lamenta o destino que bate à sua porta, da sua família e da sua vizinhança amiga.
Segundo a Braskem, a mineradora não é a responsável pelas obras de saneamento realizadas no bairro.
Porém o morador Ronaldo Vicente Ferreira diz que tem uma ligação de cinco décadas com o Flexal. Segundo ele, o que está acontecendo são crimes em cima de crimes praticados contra a população. “Enterraram a gente vivo e ainda querem tripudiar em cima da gente. Aqui ninguém vive mais, apenas sobrevive”.
A BRK esclareceu que a intervenção faz parte das obras de esgotamento sanitário nos Flexais, iniciadas no dia 15 de janeiro deste ano. Embora a conclusão estivesse prevista para o fim do primeiro semestre, o cronograma foi impactado por protestos e pelas chuvas intensas em Maceió.
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