Cidades

Crescem acidentes com motos, apontam dados do HGE

Somente nos cinco primeiros meses do ano, hospital prestou socorro a 935 vítimas; número maior que o do período em 2024

Por Valdete Calheiros - colaboradora / Tribuna Independente 27/06/2025 08h55 - Atualizado em 27/06/2025 11h23
Crescem acidentes com motos, apontam dados do HGE
Acidentes com motocicletas, em grande parte, são considerados graves e ainda provocam muitas mortes - Foto: Reprodução

A violência no trânsito continua fazendo dos motociclistas as vítimas mais frequentes. Os acidentes com motocicletas levaram ao Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, 935 pessoas feridas apenas nos cinco primeiros meses deste ano. Os números de junho serão fechados ao término do mês.

A quantidade de acidentados é maior que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram realizados 830 atendimentos. O ano de 2024 fechou os 12 meses com 2.113 pessoas envolvidas em acidentes com motocicletas. Mais uma vez, mostrando uma crescente sequência, foram mais acidentados do que todo o ano de 2023 que contou com 2.015 casos.

O Instituto Médico Legal (IML) não quantifica, de forma separada, os óbitos causados por acidentes de motos. O registro é feito de forma geral e entra nas estáticas de óbitos causados em acidentes de trânsito.

Um dos mais recentes óbitos decorridos de sinistro envolvendo motocicletas e que chocou os alagoanos foi o registrado com a professora Renata Maria Lima Silvério, de 28 anos, no último dia 07, na Avenida Fernandes Lima, no bairro da Gruta de Lourdes, em Maceió.

Grávida, a professora, conduzia uma motocicleta quando caiu na pista e foi atropelada por uma carreta. Logo após o fato, foi instaurado inquérito policial, com a adoção de diversas diligências investigativas, incluindo análise de imagens de câmeras de segurança da região, oitivas de testemunhas e exames periciais.

A Polícia Civil identificou, na última quarta-feira, o motociclista envolvido no acidente. O inquérito está parcialmente concluído e condutor será indiciado por homicídio culposo. O caso é conduzido pela Delegacia de Trânsito da Capital, cujo delegado titular é Carlos Reis.

O condutor foi indiciado com base no artigo 302, do Código de Trânsito Brasileiro, por homicídio culposo na direção do veículo automotor.

Conforme apurado, um passageiro do serviço de moto por aplicativo solicitou uma corrida com destino a sua residência. Durante o trajeto, o condutor fez manobras em alta velocidade pelo corredor central da Avenida Fernandes Lima, buzinando de forma insistente para abrir caminho.

“Segundo o passageiro, o motociclista vinha em velocidade acima do normal e fazendo manobras arriscadas. Em determinado momento, ele colidiu com a motocicleta que era conduzida por Renata Silvério. Ela perdeu o equilíbrio, caiu e foi atropelada por uma carreta que vinha logo atrás”, relatou o delegado.

Durante a ultrapassagem, a sacola que o passageiro carregava caiu; o condutor retornou pela contramão para buscá-la e, ao voltar, viu que Renata havia sido atropelada e morta.
Renata Maria Lima Silvério era professora da rede municipal, casada e estudante de Medicina Veterinária.

Conforme as estatísticas do Detran, quase 70% dos casos de sinistros estão concentrados na falta de atenção do condutor e na desobediência às normas de trânsito.