Cidades
Braskem: Defesa Civil fará novo Mapa de Risco
Órgão diz que vistoriou quase 300 imóveis na borda das áreas de risco e apresentará relatório sobre prejuízos causados

A Defesa Civil de Maceió concluiu a vistoria em cerca de 300 imóveis, localizados nas bordas das áreas de risco, mas o relatório final – sobre os impactos da mineração predatória da Braskem nessas localidades – só será divulgado no final deste semestre. O levantamento deve servir de base para a divulgação de um novo mapa de risco.
“No total, dos 402 imóveis previstos para a realização das vistorias, 293 permitiram a entrada dos agentes”, informou a coordenação da Defesa Civil Municipal, por meio de nota encaminhada essa semana à reportagem da Tribuna Independente, pela assessoria de comunicação da Prefeitura de Maceió.
“A Defesa Civil de Maceió que não só compõe, como coordena o Comitê de Acompanhamento Técnico das áreas de risco e das bordas. A campanha deste semestre já foi finalizada e, o relatório com as conclusões e possíveis indicações será publicado no final deste semestre”, informou a assessoria do órgão.
O Comitê de Acompanhamento Técnico, que visitou as residências localizadas nas áreas adjacentes ao Mapa de Linhas de Ações Prioritárias, tinha como objetivo verificar rachaduras e fissuras provocadas pelo afundamento do solo. As vistorias verificam se o fenômeno do afundamento do solo tem avançado e atingido outras residências, localizadas nas bordas da área de risco.
No entanto, nem todos os moradores das áreas adjacentes ao Mapa de Linhas de Ações Prioritárias quiseram receber as equipes de vistoria, responsáveis pelo monitoramento da região que ficou de fora das indenizações pagas pela Braskem, mas sofre dos mesmos problemas das residências localizadas nas áreas de risco, delimitadas pela Defesa Civil de Maceió e demais órgãos que compõem o Comitê.
Apesar das dificuldades enfrentadas, os grupos do Comitê de Acompanhamento Técnico vistoriaram residências em seis diferentes áreas, que são chamadas de ‘ATs’ – Áreas de Trabalho. Algumas delas muito próximas às residências interditadas, por conta dos estragos provocados pela mineração da Braskem. No Eixo Cepa, por exemplo, há casas interditadas de um lado da rua, e do outro lado, não.
DESCONFIANÇA
Para o coordenador do Movimento Unificado das Vítima da Braskem (MUVB), Cássio Araújo, a desconfiança dos moradores das bordas, com relação à Defesa Civil Municipal, é fruto da falta de transparência do órgão, na divulgação dos assuntos relacionados ao afundamento do solo provocado pela mineração predatória da Braskem.
“Infelizmente, toda atividade da Defesa Civil de Maceió é obscura, não tem transparência e, ao contrário do que diz, não tem consistência técnica”, critica Cássio Araújo. Segundo ele, “esse trabalho de vistoria das casas, o que a gente tem sabido é que sempre poupa as vítimas do Estado em que os imóveis se encontram”.
“Na mesma linha, inclusive, como foi demostrado na CPI, que uma determinada empresa, contratado pela Braskem, que dava essa mesma resposta: culpava os moradores por suas casas rachadas, e a Defesa Civil de Maceió segue a mesma minha. E as informações que deveriam ser sempre publicizadas, infelizmente, não são”.
“Então, toda essa atuação da Defesa Civil, infelizmente, a gente tem pouco a dizer, já que o seu trabalho não é técnico, na verdadeira dimensão da palavra. É só técnico no sentido mais pobre do termo, porque não tem a necessária transparência, que deveria ter. Além do quê, aos apelos que se fez da sociedade, da Defensoria Pública do Estado, ela nada diz”, acrescenta o coordenador do MUVB.
Ele observou também que “quando saiu a Nota Técnica número 4, do Serviço Geológico do Brasil, a Defesa Civil Municipal disse que estava tudo bem, tudo correto e que não tinha nada alterar o que já vinha fazendo. No entanto a nota técnica diz exatamente o contrário”. Talvez por isso – concluiu, Araújo – essa nota técnica tenha sido engavetada, só foi divulgada, tempos depois, por iniciativa do defensor público Ricardo Melro.
Questionado, por que dos 402 imóveis para serem vistoriados, mais de um quarto desse total tenha se negado a abrir suas portas para a Defesa Civil de Maceió, o defensor não soube explicar. “Não tenho ideia. Talvez com raiva ou por não acreditar no trabalho dela. Não sei”, disse.
Procurada pela reportagem da Tribuna Independente, para se posicionar a respeito, a Defesa Civil de Maceió, por meio de nota, deu as seguintes explicações sobre os imóveis vistoriados por sua equipe técnica. Leia:
NOTA DA DCM
“A Defesa Civil de Maceió não só compõe, coordena o Comitê de Acompanhamento Técnico. A campanha deste semestre já foi finalizada e, o relatório com as conclusões e possíveis indicações será publicado no final deste semestre. No total, dos 402 imóveis previstos para a realização das vistorias, 293 permitiram a entrada dos agentes”.
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