Cidades
Junho Violeta: evento do Sesc aborda enfrentamento da violência contra a pessoa idosa
Segundo dados da OAB/AL, Alagoas teve um aumento de 16% no número de vítimas de homicídio com idade a partir de 60 anos

Junho é o mês de enfrentamento da violência contra a pessoa idosa, um movimento mundial que coloca em evidência os diversos tipos de agressão praticados contra esse público, como violência física, psicológica, emocional e financeira, apontando caminhos para medidas de combate aos abusos. Para colaborar com a campanha, o Sesc Alagoas promoveu, na tarde desta segunda-feira (2), na unidade Poço, uma programação especial destinada aos integrantes do Trabalho Social com Grupos (TSG), iniciativa da instituição que atende, exclusivamente, o público 60+ por meio de atividades que visam contribuir para um envelhecimento ativo e com mais qualidade de vida.
O evento foi iniciado, às 14h, com a palestra da advogada Júlia Nunes, que explorou os tipos de violência contra a pessoa idosa. Depois, o cantor e compositor Júlio Uçá assumiu o palco para um show repleto de sucessos da Música Popular Brasileira (MPB). "É um dia para lembrar que as pessoas idosas merecem respeito, carinho e dignidade todos os dias, e que elas possuem direitos, como todo cidadão, e podem vivenciar essa fase da vida com protagonismo", disse a assistente social do Sesc, Luciana Figueredo.
"Contando com os integrantes de Maceió e de Arapiraca, o TSG tem mais de 700 inscritos, pessoas que encontram no Sesc atividades que colocam a vida delas em movimento, como oficinas de musicalização, trabalhos manuais, memória, cultura popular, dança e karatê, além de reuniões de convivência, encontros dançantes e palestras nas áreas do direito, saúde etc.", completou Luciana.
A palestra da advogada Júlia Nunes e o show de Júlio Uçá tiveram um público de aproximadamente 400 pessoas idosas. Uma delas foi a aposentada Vanusa Monteiro de Sousa, de 79 anos. Para ela, que foi vítima de violência doméstica, o evento é uma forma de conscientizar, mas principalmente de encorajar o pedido de ajuda. “Foi um evento muito importante e, também, muito útil, porque a gente ficou sabendo onde pode pedir ajuda e como pode pedir ajuda. A palestrante mostrou que defende muito as pessoas idosas, especialmente as mulheres”, afirmou.
Durante a palestra, Júlia Nunes alertou que a violência contra a pessoa idosa, geralmente, parte de familiares mais próximos. “Normalmente, elas são vítimas de violência praticada por pessoas que deveriam protegê-las, que são os filhos e os netos. Conscientizá-las sobre o início dos ciclos de violência, que costuma ser sutil, contribui bastante com o empoderamento das vítimas, fazendo com que elas busquem ajuda o mais rápido possível. Quanto maior for o tempo sofrendo violência, maiores serão os danos ocasionados, tanto psicologicamente quanto psicologicamente”, explicou.
A advogada também destacou os meios de denúncia. “A vítima pode procurar a delegacia mais próxima da sua residência, todas elas terão de atendê-la de prontidão, mas existe uma delegacia especializada, que é a delegacia do idoso. Então, denuncie, não silencie, porque só assim será possível conseguir modificar essa realidade. Lembrando que boletim também pode ser feito por meio da delegacia interativa, na internet. Além disso, para as mulheres, existe a Associação AME, que está de portas abertas para recebê-las com atendimento 100% gratuito”, destalhou.
Cresce o número de vítimas de homicídio com idade a partir de 60
Dados recentes apresentados pela Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL) mostram que cresceu o número de homicídios de pessoas idosas, em Alagoas. Divulgado pela Comissão Especial do Idoso em 29 de abril deste ano, o levantamento aponta que, no ano de 2024, houve um aumento de 16% no número de vítimas de homicídio com essa faixa etária em relação ao ano anterior. Ao todo, em 2024, foram contabilizados 35 homicídios contra pessoas idosas, sendo 32 do sexo masculino e 3 do sexo feminino. Em 2023, foram 30 casos.
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