Cidades

Morre Gabi, símbolo da luta contra a leucemia na Apala em Maceió

A complicação fatal foi uma condição rara e grave chamada “enxerto contra hospedeiro”

Por Tribuna Hoje com agências 29/04/2025 13h22 - Atualizado em 29/04/2025 19h41
Morre Gabi, símbolo da luta contra a leucemia na Apala em Maceió
Maria Gabrielly, carinhosamente conhecida como Gabi - Foto: Arquivo Pessoal

A Associação dos Pais e Amigos dos Leucêmicos de Alagoas (Apala) se despediu nessa segunda-feira (28) de uma de suas figuras mais queridas e simbólicas: Maria Gabrielly, conhecida com carinho como Gabi. Aos 16 anos de idade, ela enfrentava a leucemia desde a infância e se tornou exemplo de resistência e esperança para todos que conviviam com ela ou acompanhavam sua trajetória.


Gabi encarou três recidivas da doença, passou por um transplante de medula óssea e, mesmo diante de tantos desafios, nunca perdeu a fé — como declarou no vídeo da campanha Fevereiro Laranja deste ano: “Mesmo assim eu não deixo de ter a minha felicidade e a minha fé, e é como eu falo: milagres acontecem.” O depoimento emocionou milhares de pessoas e transformou Gabi no rosto da conscientização sobre o combate à leucemia em Alagoas.

A gerente geral da Apala, Larissa Padilha, lamentou profundamente a perda da menina, destacando o significado especial que Gabi teve para a instituição. “Infelizmente, a Gabi nos deixou. O mês de fevereiro da Apala desse ano foi tipicamente dedicado a ela. Parece que nós estávamos sentindo que não teríamos muito tempo com ela. Ela foi a nossa representante na luta contra a leucemia. Uma luta de 10 anos, com algumas recidivas, com transplante de medula óssea, mas principalmente com muita fé e esperança”, disse. 

LONGA BATALHA

Apesar da longa batalha contra a leucemia, a causa da morte de Gabi não foi a doença. De acordo com a Apala, seu hemograma estava normal, sem células leucêmicas. A complicação fatal foi uma condição rara e grave chamada “enxerto contra hospedeiro”, que comprometeu seus pulmões e causou insuficiência respiratória.

Larissa também relembrou outra perda recente que abalou a instituição. “Esse mês de março tem sido difícil para a Apala, porque a Gabi, assim como a Clara, que perdemos na semana passada, são duas assistidas cujas histórias se confundem com a história da instituição. Elas foram profundamente amadas na Apala. Desejamos que Deus as receba com todo carinho e acolhimento que elas merecem”, afirmou.

A comoção pela partida de Gabi também tomou conta das redes sociais da Apala. Voluntários, profissionais da saúde e amigos deixaram homenagens emocionadas.

“A Gabi fazia uma festa e adorava quando eu chegava. Era uma menina adorável! Dez anos de luta e, no fim, descansou. O céu tem uma estrela brilhante iluminando a gente por aqui”, disse um ex-brinquedista da associação.

Outra seguidora escreveu: “Que Deus a receba de braços abertos e dê total conforto aos familiares e todos da Apala. O tratamento e o acolhimento que vocês prestam a cada assistido… só Deus para agradecer.”

Mesmo após sua partida, o legado de Gabi continua vivo no coração de todos que lutam por mais humanidade, acolhimento e esperança no combate ao câncer infantojuvenil.