Autoridades e representantes se reuniram nesta quinta-feira (24), na sede da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), em Maceió, para a apresentação do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil. Em meio à previsão de estiagem severa e riscos crescentes de desastres naturais, o encontro teve como foco principal a preparação e a integração de esforços entre municípios, Estado e sociedade civil.

De acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), a previsão para os próximos meses é preocupante: três dos quatro principais sistemas mundiais de monitoramento climático indicam que o Nordeste enfrentará um período prolongado de calor intenso e seca, especialmente no Sertão alagoano. A situação pode comprometer os reservatórios e a segurança hídrica de diversas comunidades.

“Apesar do cenário de estiagem, também poderemos ter chuvas fortes e inesperadas em pontos isolados”, explicou Vinícius Pinho, superintendente de Prevenção em Desastres Naturais da Semarh. “Isso exige que estejamos preparados para os dois extremos”.

As regiões que mais preocupam são as bacias dos rios Mundaú, Paraíba e Jacuípe, especialmente esta última, com histórico de tragédias relacionadas a inundações. “Essa área da zona da mata requer atenção constante. Mas todos os municípios precisam estar alinhados aos protocolos de emergência para que o caos não se instale”, reforçou o coronel Luciano Verçosa, da Defesa Civil Estadual.

Ele destacou a importância do novo Sistema de Comando de Incidentes, ferramenta adotada para organizar a resposta aos desastres com eficiência e clareza, evitando decisões desconexas. “Criamos um sistema de acionamento interinstitucional, onde cada órgão entra em ação de acordo com a gravidade do evento. O objetivo é administrar o caos antes que ele se instale”, enfatizou.

Douglas José Gomes Barros, que monitora a Central de Desastres Naturais, destacou que o plano de contingência tem o objetivo de prevenir. “Para que a gente diminua a vulnerabilidade dos locais, fazendo o monitoramento das principais bacias do estado, articulando com as coordenadorias municipais emitindo alerta, pedindo para que eles retirem as pessoas da área de risco à medida que a água vai aumentando na calha do rio e chega próximo de transbordar.”

Barros também explica a função de outros órgãos públicos. “O Corpo de bombeiros vai ficar na parte operacional, a Secretaria de Assistência Social vai administrar abrigos. E para ela administrar esses abrigos, ela precisa do apoio da Secretaria de Saúde, da Secretaria de Educação e de outras secretarias. A Secretaria de Comunicação do Estado vai dar transparência sobre o que está acontecendo, passar o número de desabrigados, desalojados, o que está acontecendo realmente para que a população fique informada. Então, o nosso objetivo é esse, é mostrar que o estado de Alagoas está pronto, ele está organizado para enfrentar essa quadra chuvosa, que começou em abril e vai até meados de agosto”, salienta.

Tecnologia a serviço da prevenção

Entre as novidades anunciadas no evento, está o lançamento do Defesa Civil Alerta, ferramenta tecnológica que permitirá o envio de avisos de risco diretamente para o celular dos cidadãos. A tecnologia será capaz de emitir alertas direcionados por bairro ou rua, garantindo que apenas os moradores da área de risco recebam a notificação.

“Esse sistema, criado pelo governo federal, será ativado em Alagoas ainda este mês, já em pleno período da quadra chuvosa, que vai de abril a setembro”, afirmou o tenente coronel Luciano.

A iniciativa conta com apoio da Defesa Civil Nacional, que recentemente realizou treinamento com equipes estaduais e municipais, preparando os profissionais para operar o novo sistema e garantir respostas rápidas e coordenadas em situações críticas.