Cidades
Semarh lança primeiro sistema de monitoramento em tempo real do Brasil
Inovação permite prever respostas rápidas e eficazes diante de eventos climáticos adversos em Alagoas

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) apresentou um novo sistema de monitoramento, pioneiro no Brasil, que permitirá acompanhar todos os municípios alagoanos em tempo real e prever riscos de desastres naturais. Antes, esse processo dependia exclusivamente das defesas civis municipais. Um workshop sobre planejamento para o período chuvoso em Alagoas está sendo apresentado nesta quarta-feira (26) na sede da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA).
Com a instalação de aproximadamente 60 equipamentos, incluindo estações pluviométricas, hidrológicas, meteorológicas e pluviômetros, o novo sistema visa melhorar a qualidade das informações e agilizar a emissão de relatórios. Toda a estrutura tecnológica do estado agora está interligada à Sala de Alerta da Semarh, permitindo projeções sobre eventos climáticos, por exemplo, na semana seguinte.
Segundo o secretário Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Gino César, a principal preocupação da Sala de Alerta é mitigar riscos e fornecer informações preventivas para evitar tragédias como as enchentes de 2010, que resultaram em mais de 40 óbitos.

“Nosso papel é informar, e a imprensa é fundamental nesta comunicação. Não dá para pensar em mitigação sem os parceiros da Defesa Civil e os veículos de comunicação neste projeto”, destacou Gino César.
Integração entre órgãos e alerta por celular
A nova ferramenta lançada em parceria com o governo federal permitirá o envio de alertas diretamente para celulares em áreas de risco, previamente definidas pela Defesa Civil. “Toda essa tecnologia foi implementada pelo estado para facilitar a emissão de alertas em tempo real, visando salvar vidas, que é o nosso maior objetivo”, ressaltou o coordenador estadual da Defesa Civil de Alagoas, coronel Moisés Pereira de Melo.

Para ele, o ponto mais importante é a integração dos órgãos que compõem o estado de Alagoas, que fazem parte do sistema estadual da defesa civil, que prepara os alertas, emite e distribui para as áreas mais vulneráveis a desastres.
O oficial lembrou que todos os anos sempre haja preocupação devido às chuvas torrenciais, isto é, muita água em pouco espaço de tempo. “Na capital alagoana há riscos devido às costas, Vale do Paraíba, Mundaú, Jacuípe e Ipanema e estão no radar. Por isso fazemos o monitoramento contínuo das águas que caem em Pernambuco mas que desaguam em Alagoas. Estamos atentos e próximos com a Defesa Civil de Pernambuco.
Eventos extremos devido às altas temperaturas preocupam
O superintendente de Prevenção em Desastres Naturais da Semarh, Vinicius Pinho, destacou a importância do evento de apresentação do sistema. Segundo ele, as previsões climáticas indicam chuvas abaixo da média na quadra chuvosa, especialmente no semiárido, mas há uma preocupação com eventos extremos devido às altas temperaturas.

“Os chamados veranicos – períodos prolongados de estiagem dentro da quadra chuvosa – seguidos por chuvas intensas são o pior cenário possível. O solo seco se torna impermeável, aumentando o risco de ondas de cheia, principalmente nos municípios ribeirinhos”, alertou.
Impacto na capital e no estado
O coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, reforçou que a capital não está isenta dos riscos, principalmente devido ao regime de chuvas intensas seguidas de estiagem, o que compromete a drenagem urbana. Ele também alertou para o risco do transbordamento da Lagoa Mundaú, que recebe águas vindas de Pernambuco. “É essencial que todos os municípios estejam integrados a essa tecnologia para ações preventivas e de resposta, minimizando os danos na Lagoa Mundaú e auxiliando também as cidades vizinhas”, afirmou.

As previsões climáticas do Núcleo de Operação e Alerta da Semarh (Noas) indicam um volume de chuvas dentro da média anual de 1.800 milímetros. Para abril, são esperados 190 milímetros, mas há incerteza quanto à distribuição das chuvas ao longo do mês. “Os desastres acontecem quando há eventos extremos, como chuvas intensas concentradas em um único dia”, concluiu Abelardo Nobre.
O novo sistema de monitoramento representa um avanço significativo na gestão de riscos ambientais em Alagoas, permitindo respostas mais rápidas e eficazes diante de eventos climáticos adversos.
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