Motivado pelas recentes mudanças no tráfego da orla de Maceió, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea/AL) reuniu especialistas em mobilidade urbana para uma reunião técnica sobre essas intervenções que têm chamado a atenção da população nos últimos dias. O encontro foi realizado nesta quinta-feira, 19, e contou com a condução da presidente do Crea/AL, eng.ª civil Rosa Tenório.

O encontro destacou a importância de um planejamento técnico para garantir a fluidez e a segurança no tráfego da região.

Compareceram professores e especialistas em mobilidade urbana, bem como representantes de entidades de classe como o Clube de Engenharia de Alagoas (CEA), o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Alagoas (CAU/AL), além de representantes da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Alagoas (Ademi). O Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT) foi convidado, mas não enviou representante.

Em sua fala, Rosa enfatizou o caráter amigável da reunião, explicando a iniciativa do Crea/AL como uma busca por maior entendimento sobre essas mudanças. “É importante deixar claro que não estamos aqui para julgar o projeto urbano e nem emitir pareceres. O nosso papel é provocar discussões e, sobretudo, buscar maior entendimento sobre esses projetos que mexem com o bem-estar da sociedade. E claro, essas mudanças podem realmente até se mostrar melhores para a mobilidade na região, mas precisamos conhecê-las, saber mais desse planejamento”, explicou.

Na opinião do conselheiro do CAU/AL e presidente regional do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/AL), o arquiteto e urbanista Pablo Fernandes, a ausência de diálogo é fator preponderante para a rejeição de medidas dessa natureza. “É notório que hoje há um excesso de barreiras que precisa ser revisto, e essa é uma questão em que se deve oferecer alternativas. Ao menos existe algum planejamento, alguma intenção de incentivo para estacionamentos nas ruas de entorno?”, questionou Pablo.

Ainda sem explicações sobre o estudo técnico que embasa as novas intervenções, o objetivo do Crea/AL é manter o diálogo e buscar novos encontros ainda em janeiro com os órgãos responsáveis, estreitando também o relacionamento com as entidades que foram devidamente representadas na reunião desta quarta-feira.

Entenda o caso

No dia 11 de dezembro foi implementada uma nova faixa verde do outro lado da avenida Sílvio Carlos Viana, na praia da Ponta Verde, mudança que têm gerado grande insatisfação já que a faixa se trata de mais uma proibição do estacionamento de veículos naquela área.

Além dos motoristas, a ação do DMTT também não foi bem recebida pelo setor de serviços, que externou sua preocupação através de uma nota oficial. Após forte rejeição, a Justiça de Alagoas determinou a suspensão imediata das mudanças, medida que o DMTT inicialmente alegou não ter sido notificado.

Agora a Prefeitura de Maceió trabalha para recorrer da decisão judicial e reverter a decisão, defendendo que a nova faixa verde foi baseada em estudos técnicos para “melhorar a mobilidade urbana e promover a sustentabilidade”, citando experiências semelhantes em outras áreas da cidade.