Cidades

Verba da Braskem pode ser usada para novo cemitério

Justiça Federal exige relocalização de sepultamentos e prazo inicia nesta quinta-feira

Por Ricardo Rodrigues - colaborador / Tribuna Independente 19/12/2024 07h09 - Atualizado em 19/12/2024 10h44
Verba da Braskem pode ser usada para novo cemitério
Justiça Federal estabeleceu um prazo de 72 horas que inicia hoje para definição sobre relocalização de cemitério da área de afundamento - Foto: Edilson Omena / Arquivo

O prazo de 72 horas que o juiz da 3ª Vara Federal deu à Braskem e à Prefeitura de Maceió só deve começar a correr a partir desta quinta-feira (19), segundo informou ontem a assessoria de comunicação da Justiça Federal em Alagoas. Até o final da tarde de ontem, nem a mineradora nem a prefeitura tinham confirmado a notificação. Com isso, ganharam um tempo para se manifestar a respeito do processo no começo da semana que vem, quando termina o prazo estipulado pela Justiça.

Para o coordenador do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), Cássio Araújo, o importante é que a Justiça Federal determine o bloqueio total da última parcela que a Prefeitura de Maceió deve receber da Braskem, no valor de R$ 250 milhões. “Sem esse dinheiro, que corresponde à última parcela da verba indenizatória de R$ 1,7 bilhão que a Braskem deve pagar à Prefeitura, dificilmente o novo cemitério será construído”, afirmou Cássio Araújo.

O prazo de três dias, segundo ele, serve apenas para a empresa e a prefeitura ganharem tempo para se defenderem, mesmo assim, se quiserem, a manifestação não é obrigatória. “O que a Justiça tem que fazer é bloquear essa última parcela e dar um prazo para a prefeitura, em parceria com a Braskem, apresentar um projeto de construção de um novo cemitério fora da zona de risco, para que seja entregue à população o mais rápido possível, até para conter essa crise funerária que a mídia vem denunciando desde o início do ano”, acrescentou o coordenador do MUVB.

Ele disse ainda que o Movimento exige que o projeto do cemitério seja acompanhado de um plano de obra, com o cronograma dos trabalhos, vinculado à liberação das verbas. “Dependendo de quanto custar o projeto, o terreno e a construção do cemitério, R$ 10 milhões, R$ 15 milhões, esses valores são retirados da conta bloqueada e o restante devolvido à Prefeitura. A ideia é essa, caso contrário esse novo cemitério não sai do papel”, completou Araújo. Segundo ele, a última parcela da verba da Braskem, no valor de R$ 250 milhões, deveria ser depositada na conta da Prefeitura de Maceió até o dia 15 de dezembro. “Portanto, essa verba já foi depositada e pode ser bloqueada. O objetivo é esse: a Justiça bloqueia essa verba e a Prefeitura garante a construção do novo cemitério”, enfatizou o coordenador do MUVB.