Moradores dos Flexais denunciaram a Braskem por mais um crime ambiental. A comunidade fez um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Crimes Ambientais cobrando investigação sobre os serviços que estão sendo realizados pela mineradora no Cinturão Verde Catolé Cardoso, uma Área de Proteção Ambiental.

Segundo os moradores, cada vez que a Braskem realiza alguma atividade no local a comunidade sai ainda mais prejudicada. “Essas obras não melhoram em nada as nossas vidas. Pelo contrário, só trazem transtorno e desespero. O que realmente era para ser feito não é feito. Estamos abalados psicologicamente e nossas vidas precisam ser resolvidas. Estamos nas mãos da Braskem até quando?”, indagou o líder comunitário Valdemir Alves.

De acordo com ele, algumas obras são apenas para cumprir cláusulas com os órgãos fiscalizadores. “A Área de Proteção Ambiental está sendo degradada. Na região, tem raposa, gato do mato, sagui, animais que habitam no local. Com a área desmatada, o fluxo do oxigênio diminui. Isso sem falar na derrubada de árvores como aroeiras. Esse crime é gravíssimo”, detalhou. A obra segue paralela aos trilhos.

Na avaliação de Valdemir Alves, os moradores atingidos pela Braskem não têm nem clima para comemorar o recente aniversário de 209 de Maceió.

Conforme a denúncia dos moradores, não há sequer uma placa indicando sobre o que é a obra, nem os detalhes da obra. “Esses é o presente de Natal que estamos ganhando da Braskem. Em anos anteriores ao crime que a Braskem fez contra nós, famílias inteiras já estariam nas praças comemorando os festejos natalinos”, relembrou.

A Braskem disse em nota que está realizando atividade de supressão vegetal para a construção do Centro Comercial e Feira nos Flexais. “Definidas em acordo com as autoridades, as medidas são consideradas necessárias para promover o desenvolvimento socioeconômico da região. O trabalho é feito por empresa especializada, contratada pela petroquímica, e com todos os licenciamentos e autorizações necessários”, completou.