Cidades
Conselheira tutelar de Messias relata ser alvo de perseguição e acusações após denunciar irregularidades
Dinar Galvão diz que problemas começaram em 2023 quando ela relatou ao Ministério Público possível suspeita de favorecimento a alguns candidatos na eleição para o Conselho Tutelar do município
A conselheira tutelar Dinar Galvão, do município de Messias, Alagoas, enfrenta uma série de ataques e acusações por parte do órgão ao qual o Conselho Tutelar é vinculado. Os problemas começaram ainda em 2023, durante o processo de escolha dos membros do Conselho, quando Dinar relatou ao Ministério Público de Alagoas uma possível suspeita de favorecimento a alguns candidatos, o que gerou uma série de intimidações e ameaças dentro do próprio órgão.
Após a posse dos novos conselheiros, em janeiro de 2024, a situação se intensificou durante as eleições internas para os cargos de Presidente e Secretário do Conselho Tutelar. Mesmo tendo sido eleita como secretária, juntamente com Alexsandro dos Santos como presidente, a eleição foi contestada por alguns conselheiros, inclusive por aqueles que Dinar havia apontado como favorecidos. Uma nova eleição foi realizada, sem comprovação de irregularidades, e Dinar foi retirada do cargo de secretária, o que gerou revolta na população local, que vê Dinar como uma das conselheiras mais competentes. Hoje, o cargo de secretário permanece vago.
Recentemente, a conselheira foi acusada de prevaricação pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) em razão de uma diligência realizada em fevereiro de 2024. Dinar Galvão orientou que uma criança não fosse transportada de forma irregular, mas sua orientação foi desrespeitada por outra conselheira. Mesmo sem uma decisão colegiada, a criança foi devolvida à casa do suposto violador de direitos, e Dinar foi acusada de prevaricação.
No último dia 30, a Conselheira Tutelar foi absolvida das acusações pela 1ª Vara da Comarca de Rio Largo, que considerou improcedente o crime de prevaricação. No entanto, o CMDCA, insatisfeito com a decisão judicial, instaurou um comitê disciplinar no dia 9 de outubro de 2024 para puni-la, afastando-a por 60 dias antes mesmo de ela ter a oportunidade de se defender formalmente.
A situação também afeta outros membros do Conselho, como a Conselheira Maria José, que atua há 13 anos no órgão e, por não concordar com as ações contra Dinar, também tem sido alvo de retaliações. A comunidade de Messias acompanha o desenrolar dos acontecimentos com preocupação, em defesa da transparência e da justiça no Conselho Tutelar.
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