Cidades

HGE atende quase 4 mil vítimas de acidentes de trânsito nos primeiros nove meses deste ano

Maioria se feriu em colisões, mas número de lesionados em acidentes de moto também foi considerado alto

Por Thallysson Alves / Ascom HGE 10/10/2024 19h33 - Atualizado em 10/10/2024 23h20
HGE atende quase 4 mil vítimas de acidentes de trânsito nos primeiros nove meses deste ano
Os acidentes de trânsito são um problema de saúde pública que podem ser combatidos com práticas responsáveis, afirma o cirurgião geral do HGE Amauri Clemente - Foto: Thallysson Alves / Ascom HGE

A maior unidade de Urgência e Emergência de Alagoas, o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, atendeu 3.984 vítimas de acidentes de trânsito de janeiro a setembro deste ano. Foram 1.819 feridos em colisões, 1.535 em acidentes de moto, 337 em atropelamentos, 192 em acidentes de bicicleta e 101 em capotamentos. O quantitativo é praticamente igual quando comparado ao mesmo período do ano passado, quando 3.985 usuários foram assistidos em razão da mesma causa.

Entretanto, esse quantitativo é considerado muito elevado, apesar das políticas de conscientização e prevenção disseminadas ao longo de todo o ano pelos órgãos do Governo de Alagoas, a exemplo da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), a qual o HGE é vinculado. Para o cirurgião geral Amauri Clemente, esse problema mundial de saúde pública é o reflexo da imprudência e do desrespeito às normas que ainda persistem nos cidadãos que conduzem os veículos e também nos pedestres, que trafegam pelas vias.

“Falta de cortesia, uso do aparelho celular, excesso de velocidade, desuso dos equipamentos de proteção, falta de sinalização e até deslocamento em local proibido continuam sendo relatados pelos pacientes que chegam ao HGE. Os motociclistas têm sido as principais vítimas dessa violência, por vezes embalados por uma pressa e por uma sensação de esperteza, que acabam terminando em tragédia”, pontuou Amauri Clemente.

Como o caso de um menor de 15 anos, admitido no HGE na quarta-feira (9), após sofrer uma colisão quando dirigia a moto de seu pai, sem autorização. A mãe, Rute Moreira, de 52 anos, afirma que não viu quando o filho saiu com o veículo, apesar dele já ter pilotado em outros momentos. A descoberta se deu com a chegada da notícia do acidente, que ocorreu na Avenida Rui Palmeira, no Vergel do Lago, bairro da capital.

“Ele foi até a padaria e de lá decidiu dar uma volta pela orla lagunar. Quando foi ultrapassar um carro, o motorista decidiu entrar na rua, mas não sinalizou que iria fazer isso. Então ele bateu com a moto e foi jogado na pista. Eu soube disso quando cheguei lá, após ser avisada por um vizinho. Foi um susto! Mas, ele foi socorrido pelos bombeiros e agora estamos aqui no hospital resolvendo os prejuízos”, disse a responsável.

O menor teve fratura no fêmur e no acetábulo direito. A moto, segundo o próprio adolescente, “ficou toda amassada”. O pai do adolescente ficou assustado e chateado com a teimosia do filho. O acidente só não foi pior porque o jovem usava capacete, não conduzia outra pessoa, tampouco se chocou contra um pedestre na via.

“O que nem sempre acontece. Por vezes estamos corretos, mas alguém que não tem o mesmo cuidado e põe tudo a perder. Desse modo, é preciso que todos adotem práticas que minimizem o risco de acidentes. Vale lembrar que, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), permitir que uma pessoa menor de idade dirija um veículo é uma infração gravíssima e o proprietário do veículo, ou a pessoa habilitada que permitiu a direção, pode responder criminalmente”, pontuou o cirurgião do HGE.

O filho de Rute permanece internado, tratando escoriações para futura intervenção cirúrgica. Ele afirma que “não pisa em moto mais nunca”, mas é preciso destacar que ele foi ensinado, ou estimulado, prematuramente. Desse modo, é preciso que pais e responsáveis repensem e deixem para o instrutor de trânsito, devidamente qualificado e certificado, a tarefa de ensinar outra pessoa a dirigir. A idade mínima para ter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Brasil é de 18 anos.