De família evangélica cristã, a música faz parte da vida de Keweny Lessa Soares, 32, desde que ele era criança.
Morador do bairro Pontal da Barra, o alagoano de Maceió, acompanhava o pai, que tocava piano e violão, em apresentações musicais. Hoje, aos 32 anos, Keweny Lessa Soares é um dos 20 convocados para o Estúdio Fábrica de Artistas. Há duas semanas, ele integra o primeiro grupo de 5 participantes que trabalha com os técnicos do projeto no aprimoramento técnico com aulas de voz, dança, instrumento, postura no palco, trabalho com fonoaudiologia e noções para o marketing próprio.

"Sou de família cristã e a música faz parte da minha vida desde sempre. Há fotos minhas pequeno com uma guitarrinha e, quando meu pai ia se apresentar com os grupos que ele fazia parte, eu subia no palco e "tocava" com eles. No começo, havia um grupo na igreja, por idade, o menor era de faixa etária de 10 anos. Eu, com 7 anos, no máximo, queria participar, mas não podia. Avisei à minha família que eu ia cantar. E fiquei perturbando a diretora do grupo, até que ela me deu um CD e me disse que se eu aprendesse, seria aceito. Eu voltei para o ensaio sabendo tudo e fui aceito. Isso até fez com que a igreja criasse um grupo de menores da minha idade”, conta Keweny Lessa Soares, que se rotula como cantor cristão, que toca na igreja, mas também toca na noite, em restaurantes e barzinhos em Maceió, faceta recente na vida dele de músico.

Para o músico, o Fábrica de Artistas chegou em um momento que considera como delicado em sua vida. O artista afirma que a experiência o fez reafirmar a capacidade dele como músico e voltar a acreditar em si como profissional.

“A vivência no Fábrica de Artistas tem sido sensacional e superado todas as expectativas não somente pelo projeto em si, porque conheço todos os técnicos e profissionais que estão nesse dia a dia conosco, e isso é um privilégio para mim e, creio, também para os demais convocados. Estava passando por um momento difícil na minha vida, meio desacreditado por conta de questões que não têm a ver exatamente com a música. Mas é uma possibilidade de manter o padrão de qualidade, me sentir valorizado e ouvir do pessoal que sou capaz e avaliar o meu potencial e do que sou capaz. Estou aprendendo e me divertindo com a experiência”, disse o músico.

Keweny Lessa comparou viver de música e ter a experiência no Fábrica de Artistas como escalar uma montanha. Ele reforça a importância da oportunidade como a que os 20 convocados têm de poder viver a experiência no projeto.

“Viver de música não é fácil e não é uma coisa barata. E a vivência no Fábrica é fundamental porque não existe muita informação sobre o assunto. Começar do zero é caro, Maceió não é uma capital grande, e o fato de ter esse grupo lhe estendendo a mão, confiando na gente gera um sentimento de gratidão sem tamanho e isso vai se espalha. Há muita gente boa aqui, mas que não possui essa oportunidade. Espero que o Fábrica ajude, como tem feito, a construir uma nova cena em Maceió e Alagoas”, concluiu o artista.

Parceria - A realização do Fábrica de Artistas só é possível graças à parceria do projeto com a ONG Pedro Cavalcanti e o Instituto Pra Vida, ambos de Arapiraca.