Cidades

Vítimas da Braskem protestam em frente à sede da Defesa Civil

Moradores denunciam que chefe do órgão se recusou a atendê-los; prefeitura remarca audiência para quinta-feira

Por Ricardo Rodrigues - colaborador / Tribuna Independente 28/06/2024 08h38 - Atualizado em 28/06/2024 09h18
Vítimas da Braskem protestam em frente à sede da Defesa Civil
Moradores dos Flexais voltam a se manifestar em busca de resposta para problema gerado pela mineração - Foto: Edilson Omena

Um grupo de moradores da região dos Flexais e Bebedouro realizou um protesto-relâmpago na quinta-feira (27), em frente à sede da Defesa Civil de Maceió, contra a postura do coordenador do órgão, que teria agendado uma reunião com as vítimas da mineração, mas não compareceu. “Mais uma vez, as vítimas da Braskem comparecem à Defesa Civil Municipal e o senhor Abelardo Nobre dá o cano na gente”, reclamou o comerciante Valdemir Alves.

Segundo ele, esta é a segunda vez em menos de 15 dias que o grupo comparece ao órgão e não é recebido.

“Na semana passada, nós estivemos aqui e o senhor Abelardo Nobre disse que não podia nos receber, marcando uma nova reunião, para essa quinta-feira, 27 de junho. No entanto, mais uma vez ele não nos recebeu. Isso é um descaso muito grande. Tenho certeza se fossem os diretores da mineradora, ele teria recebido”, acrescentou.

Gritando palavras de ordem contra a Braskem e empunhando faixas com frases contra a mineração predatória, o grupo fez um breve protesto na frente da Defesa Civil de Maceió e depois dispersou.

A Guarda Municipal de Maceió foi acionada e compareceu ao local, gerando ainda mais revolta nos manifestantes. “Tratam a gente como se a gente tivesse cometido um crime, quando o crime foi cometido pela Braskem”, reclamou Alves.

Os moradores disseram que querem saber do chefe da Defesa Civil de Maceió se ele vai acatar as decisões da CPI da Braskem, que pediu para que vários acordos fossem revistos, incluindo o acordo firmado com a Prefeitura de Maceió e a revisão do mapa de risco.

“Depois do colapso da mina 18, no final do ano passado, esse mapa ficou desatualizado”, argumentou Alves, que faz parte do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB).

Em uma das faixas, portadas pelo grupo de moradores, essa questão é abordada numa frase com o seguinte questionamento: “Defesa Civil explica por que o início da rua está em risco e o final da rua não está? O povo quer resposta”. Em outro faixa, os moradores da região protestam contra a mineradora e o poder Judiciário de Alagoas: “Flexais de luto! Braskem criminosa. Justiça se cala”.

OUTRO LADO

A reportagem da Tribuna procurou ouvir a prefeitura de Maceió, que é responsável pela Defesa Civil Municipal, para saber por que o chefe do órgão não havia comparecido à reunião, agendada com os moradores dos Flexais, Bebedouro e Rua Marquês de Abrantes.

A prefeitura informou, por meio da sua assessoria de comunicação, que Abelardo Nobre teve um compromisso de última hora, mas remarcou a audiência para a próxima quinta-feira.