Alagoas está sendo o cenário de uma importante pesquisa sobre violência urbana e mídia digital conduzida pela Universidade de Cambridge. A relevância do estado para o estudo se deu aos relatórios elaborados pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AL) nos últimos anos.

Para discutir o tema, o advogado Roberto Moura, membro consultivo da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB), e o advogado Diogo Teixeira, secretário da Ressocialização e Inclusão Social de Alagoas (Seris-AL), se reuniram com o doutorando Daniel Rincón Machón nesta segunda-feira (17) na sede da Seris, no Farol.

O advogado Roberto Moura sinaliza que a visita de um doutorando de Cambridge para analisar o sistema prisional alagoano é altamente significativa por várias razões. Dentre elas, a expertise e a perspectiva acadêmica desse pesquisador podem oferecer novas e valiosas percepções sobre os desafios e oportunidades dentro do sistema prisional.

“Podemos identificar melhores práticas internacionais que poderiam ser adaptadas para o contexto local. Além disso, a presença de um pesquisador de uma instituição de prestígio como Cambridge pode atrair atenção positiva e investimentos para Alagoas, incentivando parcerias acadêmicas e institucionais que podem resultar em melhorias substanciais no nosso sistema prisional”, frisa.

O secretário Diogo Teixeira ressalta que este intercâmbio pode também promover a transferência de conhecimento e a capacitação de profissionais locais, contribuindo para a implementação de políticas mais eficazes.

“O impacto para Alagoas pode ser observado em termos de avanços na reforma penal, redução da violência urbana e melhoria das condições carcerárias. A análise e as recomendações fornecidas pelo doutorando podem ajudar a direcionar ações mais eficientes e humanizadas, resultando em benefícios sociais e econômicos a longo prazo para o estado”, garante.

O doutorando Daniel Rincón Machón destaca que seu objetivo tem sido explorar profundamente o sistema prisional de Alagoas, tanto internamente quanto externamente, e compará-lo com outras realidades brasileiras, começando pelo estado do Ceará, onde realizou sua pesquisa inicialmente.

"Há uma conexão poderosa entre o sistema prisional e a violência urbana, especialmente baseada na realidade de outros estados onde líderes continuam influenciando o que ocorre nas ruas mesmo de dentro dos presídios. Conversar com reeducandos sobre suas comunidades de origem revela não apenas a dinâmica interna das prisões, mas também como a governança e a mídia digital moldam esse contexto complexo", afirma.