Cidades

Sindicato dos Bancários fecha banco Itaú do Centro

Paralisação de 24 horas ocorre em protesto contra demissões, sobrecarga de trabalho e metas abusivas

Por Valdirene Leão / Tribuna Hoje 13/06/2024 08h50 - Atualizado em 13/06/2024 14h19
Sindicato dos Bancários fecha banco Itaú do Centro
Bancários paralisam atividades na agência Itaú do Centro de Maceió - Foto: Sandro Lima

O Sindicato dos Bancários fechou a agência do banco Itaú da Rua do Sol, no Centro de Maceió, na manhã desta quarta-feira (13). A paralisação é por 24 horas e ocorre em protesto contra demissões e sobrecarga de trabalho.

“Nós estamos fechando o banco, protestando contra demissões no Banco Itaú, contra o fechamento de agência, contra a sobrecarga e as metas abusivas em cima dos funcionários”, diz Thiago Miranda, um dos diretores do Sindicato dos Bancários.

Na Rua do Sol havia duas agências do banco Itaú. Uma delas foi fechada e toda a demanda da região ficou concentrada em apenas uma unidade. Conforme o sindicato, a medida ocasionou em demissões, sobrecarga de trabalho para os funcionários, longas filas e demora no atendimento aos clientes.

Bancários cobram solução imediata para problemas ocasionados pela concentração de toda demanda do Centro em uma única agência (Foto: Sandro Lima)

O Diretor de Formação Sindical, Claudio Gama, avalia que não houve um planejamento adequado do banco Itaú ao concentrar toda a demanda do Centro em uma única agência.

“Resultado, a agência está superlotada diariamente, sem atendimento adequado, tanto para os clientes e com uma condição muito precária para os funcionários. A lei do idoso, a lei do autista, a lei de pessoas que têm dificuldades de locomoção não está sendo respeitada. E aí a agência está superlotada, gente passando sufoco”, explica Gama.

Por conta das violações ao direito do consumidor, o sindicato acionou o Procon. “A gente teve que acionar o Procon na semana passada por constatar várias violações em termos de atendimento de pessoas com deficiência. Tendo que aguardar mais de três horas para serem atendidas. E aí o Procon veio, constatou o problema e autuou o banco. Mas, passado o período de pagamento de INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], continuam os problemas na agência”, informa Luciano Santos, diretor de Política Sindical do Sindicato dos Bancários, e presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Fechamento de uma das agências do Centro e concentração da demanda em uma única unidade ocasionaram em demissões, sobrecarga de trabalho e longas filas (Foto: Cortesia)

Segundo Luciano Santos, o prédio passou por uma reforma e os funcionários da unidade fechada que não foram demitidos migraram para a agora única agência do Itaú no Centro. Mas essas medidas não foram suficientes para promover o pleno funcionamento. “A agência colapsou”, avalia.

Para os sindicalistas, a medida de concentrar toda demanda do centro em uma única agência e demitir funcionários representa uma ganância absurda da instituição financeira. Isso porque, somente no primeiro trimestre deste ano, o Itaú teve um lucro de R$ 9,8 bilhões. “Então, não cabe, não se justifica um banco com um lucro desse, o maior banco privado do país adotar esse tipo de prática”, pontua Santos.

O Sindicato dos Bancários também formalizou denúncia no Ministério Público do Trabalho (MPT) e na Delegacia Regional do Trabalho (DRT). “A gente está tentando minimizar o sofrimento dos clientes e dos funcionários. Estamos atuando. Resolvemos fechar hoje o dia todo essa agência para que o banco se mobilize pelo menos para contratar mais funcionários. Ou no mínimo fazer transferência de outros para essa agência e minimizar o sofrimento até essa agência voltar à normalidade”, afirma Claudio Gama.

Luciano Santos diz que o sindicato agora espera uma solução do banco Itaú nessas 24 horas de paralisação. “O sindicato vai permanecer alerta no tocante a resolução dessa questão e aí pede a compreensão dos clientes e usuários que o problema aqui é não só de causa no atendimento como também condições de trabalho.”