Cidades
Bebedouro: Defesa Civil confirma que proibiu missa de Santo Antônio
Arquidiocese de Maceió disse que ia acatar decisão, mas não concordava com argumentos do órgão
A Defesa Civil de Maceió divulgou nota, na tarde de sexta-feira (8), confirmando que proibiu a realização da missa de Santo Antônio de Pádua, marcada para o próximo dia 12 de junho, Dia dos Namorados, na Praça Lucena Maranhão, em Bebedouro. Como justificativa, afirmou que “a referida área se encontrar em Criticidade 00 (realocação), de acordo com o Mapa de Linhas de Ações Prioritárias v5”.
Traduzindo: o ato religioso vai ter que mudar de local, porque a tradicional praça de Bebedouro encontra-se na área de risco da mineração da Braskem. Nesse sentido, por uma questão de segurança, a chefe da defesa civil, Abelardo Nobre, decidiu que a missa, marcada para acontecer na frente da Igreja de Santo Antônio de Pádua, terá que ser rezada em outro local (ainda não definido).
A Arquidiocese de Maceió também, finalmente, se manifestou a respeito da polêmica. Em nota, a assessoria de comunicação do arcebispo metropolitano de Maceió, Dom Beto Breis, disse que acataria a decisão da Defesa Civil Municipal, mas não concordava com os argumentos usados pelo órgão para proibir a missa na Praça Lucena Maranhão.
“Ficamos cientes da situação através do Cônego Walfran, responsável pela Paróquia de Santo Antônio, em Bebedouro. Ele foi contatado pela Defesa Civil que informou não ser viável a realização da Festa Religiosa na praça, por conta da aglomeração de pessoas”, afirmou a Arquidiocese de Maceió.
“Vamos acatar a situação, mesmo com tristeza”, acrescenta a nota, citando em seguida as contradições do veto à festa na praça. “Ali passam inúmero carros durante todo o dia e o fluxo continua intenso por conta do tráfego, então, ocasionou-nos estranheza essa orientação do órgão acima referido. Uma pena! Diante de tantas perdas ocasionadas pela Braskem, essa se soma a mais uma delas”.
Para as vítimas da mineração, a proibição tem conotação de excesso de zelo, mas no fundo é forma de manter a comunidade longe da zona de exclusão. “Isso é uma manobra para não chamar atenção da sociedade civil para impedir que as pessoas vejam o que está acontecendo. Faz parte do processo de apagamento da nossa memória e existência”, comentou a bióloga Neirevane Nunes, que durante anos morou em Bebedouro.
“Claro que isso é jogada da Defesa Civil de Maceió a favor da Braskem, para evitar as pessoas vejam de perto os estragos deixados pela mineração irresponsável”, acrescentou Neirevene. Segundo ela, um morador falou que a Braskem instalou um equipamento no local onde os manifestantes estavam acampados, do lado do Colégio Bom Conselho. “Talvez se isso que a mineradora não queira que as pessoas vejam”.
OUTRO LADO: EM NOTA, DEFESA CIVIL DIZ QUE PROIBIÇÃO TEVE CRITÉRIO TÉCNICO
“A Defesa Civil informa que há inviabilidade de realização da Missa da Trezena de Santo Antônio na Praça Lucena Maranhão, em Bebedouro.
As razões pelas quais não será permitida a Missa remetem ao fato de a referida área se encontrar em Criticidade 00 (realocação), de acordo com o Mapa de Linhas de Ações Prioritárias v5.
A Defesa Civil de Maceió adota critérios técnicos para tomar decisões e todos os mapeamentos de risco seguem padrões científicos que resultam em recomendações com o principal objetivo de salvaguardar a vida da população”.
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