Cidades
Recuperação natural da Prainha da Barra Nova vira caso inédito
Onde antes era um istmo, hoje existe uma laguna
No povoado de Barra Nova, em Marechal Deodoro, especialmente nas proximidades do galeto Barra Nova, o avanço do mar vem comprometendo residências, comércios e até a estrada, sobretudo, no período de chuvas e nas grandes marés de fim de verão e fim do inverno, como em agosto, mês que estão previstas marés de até 3.5, aumentando a possibilidade da destruição de muitas praias alagoanas e de regiões banhadas pelas lagoas, como é o caso da prainha.
A famosa antiga Prainha, bastante conhecida pelos maceioenses, foi sempre um local de muitos bares, atividades náuticas e gastronomia regional, além de um bom banho de lagoa e mar. Mas muita coisa mudou desde 2009, quando moradores e comerciantes decidiram intervir, numa região que já vinha apresentando instabilidade desde as obras de construção do condomínio Laguna. Naquele ano uma grande enchente elevou o nível da lagoa e alagou boa parte do povoado, durante dias. A população resolveu abrir o "canal" existente na Praia do Saco para que a água escoasse para o mar. Mas, o que eles não sabiam é que esta atitude provocaria danos maiores no futuro e aceleraria o fim de uma das belezas naturais do Litoral Sul.
Dois anos antes, no entanto, em 2007, o início de uma obra chamaria a atenção, que teria o objetivo de conter o avanço do mar e da lagoa na região. Assim, a recuperação natural da Prainha, na Barra Nova, em Marechal Deodoro, se tornou tema de estudo, porque apenas 9 anos depois da intervenção com o dissipador de energia bagwall ocorreu uma engorda natural de mais de 150 metros e com a berma formada, ocorreu a formação de campo de dunas e ressurgimento da vegetação de restinga.
Onde antes era um istmo, hoje existe uma laguna, que é um caso inédito de recuperação de praia no Brasil. O engenheiro civil Marco Lyra, CEO da Ocean Protections, que instalou o dissipador, comemorou o sucesso da obra, que ao lado daquela instalada em frente ao Lopana, na Ponta Verde, em Maceió, que completou 20 anos, são duas das mais longevas obras de proteção costeira de Alagoas.
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