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Caso Braskem: Defesa Civil Municipal foi conivente, diz especialista

Professor Abel Galindo profere palestra no Cesmac e destaca desastre ambiental provocado pela mineradora

Por Claudio Bulgarelli - Sucursal Região Norte / Tribuna Independente 27/04/2024 09h25
Caso Braskem: Defesa Civil Municipal foi conivente, diz especialista
Professor Abel Galindo é um dos maiores especialistas quanto ao desastre socioambiental da Braskem - Foto: Edilson Omena

Numa mesa redonda convocada pelo Centro Universitário Cesmac, na noite de quinta-feira (25), no auditório João Sampaio, que discutiu os problemas provocados em Maceió pela Braskem, o professor Abel Galindo, engenheiro civil e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas, foi categórico em afirmar que a Defesa Civil Municipal foi conivente com a petroquímica, que causou o maior desastre ambiental já ocorrido no Brasil.

Com o tema “O Drama da Cidade Partida: A tragédia do Sal-gema”, o evento teve a participação de mais de 300 pessoas, reunindo alunos, professores, jornalistas, promotores de Justiça ligados ao caso e moradores dos bairros afetados.

O professor Abel Galindo, um dos grandes estudiosos do maior desastre socioambiental urbano em curso no mundo, provocado pela mineração da Braskem em cinco bairros de Maceió, em sua apresentação, apontou, novamente, que a exploração irresponsável de sal-gema foi a causa das rachaduras e afundamento do solo nestes bairros.

Galindo, que sempre criticou a postura gananciosa e arrogante da Braskem, culpou também a Defesa Civil Municipal por ter sido conivente com a empresa durante todos esses anos.

O economista Elias Fragoso, professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), tendo sido inclusive secretário de Finanças e de Planejamento Urbano de Maceió, e que também participou da Mesa Redonda, é um estudioso do caso Braskem desde o início.

Ele foi coordenador do livro “Rasgando a Cortina de Silêncios”, sobre danos causados pela mineradora em Maceió. Em sua palestra, depois de ter criado polêmica em afirmar no início do mês que a convocação na CPI do Senado, de Marcelo Arantes, Diretor Global de Pessoas, Comunicação, Marketing e Relações com a Imprensa da Braskem, era apenas um faz de contas, até comemorou o fato de que o diretor, enfim, admitiu que a empresa tem “culpa” no processo de afundamento do solo em bairros de Maceió.

Participaram também da Mesa o secretário de Comunicação de Alagoas, jornalista Joaldo Cavalcante; o biólogo e pesquisador José Geraldo Marques; o morador dos Flexais Maurício Sarmento e o promotor Ricardo Melro, coordenador do Núcleo de Proteção Coletiva da Defensoria Pública de Alagoas.

O vice-reitor do Cesmac, professor Douglas Apratto Tenório, afirmou que o objetivo do centro universitário foi o de reunir especialistas em diversas áreas do saber, mas todos, relacionados, de uma certa forma, com o caso Braskem. “O drama da Cidade Partida, com a tragédia da exploração do sal-gema em Maceió, mesmo depois de tantos anos de exploração e passados 6 anos do início do desastre, aquele que veio ao conhecimento do alagoano e do mundo inteiro, é ainda muito atual”, afirmou o professor.