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Missa relembra 86 anos da morte do Menino Petrúcio, reconhecido santo em Maceió pela fé popular

Cerimônia acontece nesta quarta-feira (24) na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro do Vergel do Lago, a partir das 18 horas

Por Tribuna Hoje com Assessoria 24/04/2024 01h17
Missa relembra 86 anos da morte do Menino Petrúcio, reconhecido santo em Maceió pela fé popular
Menino Petrúcio morreu com apenas 11 anos - Foto: Divulgação

Acontece nesta quarta-feira (24) às 18 horas na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro do Vergel do Lago, em Maceió, uma missa para relembrar os 86 anos da morte do Menino Petrúcio, ocorrida neste mesmo 24 de abril, em 1938, na capital alagoana. Não reconhecido como um santo pela Igreja Católica, nem beato, mas considerado como tal pela fé popular dos religiosos maceioenses, que há muito agradecem ao pequeno garoto, falecido com apenas 11 anos vítima de uma febre tifoide, pelas graças alcançadas em seu nome.

O padre Marcio Roberto dos Santos, pároco da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, do Vergel do Lago, falou um pouco sobre o Menino Petrúcio. "Hoje, dia 24 de abril, nós vamos celebrar a missa e colocar a intenção do Menino Petrúcio. Um adolescente, uma criança entrando na adolescência, que morreu com fama de santidade, que se esforçava para viver as virtudes cristãs, e que se torna para nossas crianças e adolescentes uma referência a ser imitada. A história do Menino Petrúcio é uma história muito bonita. Muitas mulheres com dificuldades de engravidar recorriam à intercessão do Menino Petrúcio e ficavam grávidas. É por isso que existem muitas placas de agradecimentos, por ter favorecido que uma gravidez de risco tenha transcorrido na serenidade", destaca. 

Jazigo do Menino Petrúcio no Cemitério de São José repleto de agradecimentos de fiéis (Foto: História de Alagoas / Reprodução)


O padre continua. "Algumas pessoas com intensas dores de cabeça, visto incuráveis, recorriam ao Menino Petrúcio e alcançaram graças. Tanto que tem algumas cabeças no túmulo dele. Dores nas pernas e tantas outras graças que nós sabemos que as pessoas fazem e as vezes colocam a intenção, ação de graças, uma graça alcançada pelo Menino Petrúcio. Ele não é santo reconhecido pela Igreja, nem beato, mas, na fé popular, ele já é como Pe. Cícero. Um menino que morreu e até hoje goza de uma fama de santidade", pontua o pároco.

Cabeça de gesso ao lado do túmulo do Menino Petrúcio (Foto: Divulgação)

 

Celebrada na paróquia da Igreja Matriz localizada no bairro do Vergel do Lago, a missa acontece na mesma localidade onde o garoto morreu quando morava na Casa do Pobre, onde viveu parte da sua curta vida ajudando sua mãe e irmãs. "Eu acho interessante que esse menino que é conhecido ou venerado pelo povo simples e muitas pessoas cultas como um menino santo, a sua memória seja sempre recordada em nossa Arquidiocese. Foi aqui que ele viveu uma boa parte de sua vida ajudando sua mãe, sua família, fazendo o bem a tantas pessoas, ajudando as irmãs religiosas", disse também o padre Marcio.

Colegas do menino Petrúcio na Casa do Pobre de Maceió em 1938, ano da sua morte (Foto: História de Alagoas / Reprodução)


Petrúcio participava ativamente da vida religiosa, além de ter no futebol uma de suas brincadeiras preferidas. O menino tinha uma santidade, como detalha o pároco.  "Foi acólito, ou seja, um coroinha da Igreja. Chegou a ser presidente do Apostolado da Oração com dez anos de idade. Apostolado da Oração Infantil. Sem falar que era um menino caridoso. Brincava, como todos os meninos, de futebol e outras brincadeiras de criança. Mas, mesmo brincando, ele se esforçava em ser aquele santo, aquela pessoa justa, aquele menino de Deus, que tanto o evangelho convida toda pessoa humana ser", afirmou o padre Marcio Roberto dos Santos.

"Então, sempre buscamos celebrar a missa, e recordar sua memória, colocando sua intenção entre os fiéis falecidos, enfatizando ser o Menino Petrúcio a referência para nossas crianças e adolescentes. Crianças e adolescentes que constantemente são ameaçados pela prostituição, pelo tráfico, a se desviarem do reto caminho. Crianças que muitas vezes são motivadas à violência, ao bullying. Olhando o Menino Petrúcio vem a referência da caridade da arte de viver e conviver com o outro que é diferente. Sabendo respeitar cada pessoa e sabendo fazer o bem a todos. Então, este dia é um dia da saudosa memória desse menino", finalizou o padre, que também ressaltou a necessidade de compartilhar a história do garoto para sensibilizar as pessoas.

"Nós estamos aqui para pregar o trabalho de TCC e fazer e vender um livreto contando toda história do Menino Petrúcio. Sua história de vida, sua história de fé, sua vida, sua morte na esperança da ressurreição", contou o pároco.