Cidades

Pescadores e marisqueiras reclamam da falta de pagamento de auxílio

Profissionais afetados pela restrição de navegação na Laguna Mundaú, causada pelo afundamento do solo, denunciaram que cerca de 700 pessoas ainda não receberam valor de um acordo com a Braskem

Por Tribuna Independente 16/04/2024 07h59 - Atualizado em 16/04/2024 12h57
Pescadores e marisqueiras reclamam da falta de pagamento de auxílio
Área de restrição da pesca na lagoa foi reduzida e pescadores pedem pagamento de auxílio acordado - Foto: Edilson Omena / Arquivo

Os pescadores e marisqueiros afetados pela restrição de navegação na Laguna Mundaú, causada pelo afundamento do solo, denunciaram que cerca de 700 pessoas ainda não receberam a quantia de R$ 4.236,00, referente a um auxílio resultante de um acordo com a Braskem.

Um dos representantes dos pescadores detalhou que a Defensoria Pública da União (DPU) tem auxiliado em alguns casos com problemas na documentação, na parte burocrática. Porém, não existem datas para que eles possam receber os valores. O grupo alegou também que não recebem informações precisas sobre o motivo do atraso.

Conforme o grupo, enquanto alguns pescadores já receberam o valor, outros seguem aguardando o repasse. Há cerca de dois meses a Braskem foi obrigada a pagar a indenização. A mineradora informou que realizou o repasse à Fepeal no dia 29 de fevereiro.

Os pescadores que realizaram o protesto afirmaram que a Fepeal exige, como um dos documentos obrigatórios, a apresentação da carteirinha de pescador.

A presidente da Federação dos Pescadores do Estado de Alagoas (Fepeal), Maria José Silva dos Santos, rechaçou as declarações do grupo de pescadores que protestou contra a entidade acusando-a de não repassar o dinheiro da indenização do caso Braskem.

A primeira etapa da análise de documentos contemplou, conforme Maria José Silva dos Santos, 974 pessoas aptas a receber. Está sendo executado o pagamento no valor de R$ 4.236,00 por pescador, equivalentes a três meses de suspensão da atividade pesqueira. Alguns pagamentos já foram efetuados, faltam outros. Todos estão sendo cumpridos, conforme cronograma enviado às Colônias de Pescadores”, frisou a presidente da Fepeal.

A Federação alegou que a entidade tem limitação para realizar transações diárias bancárias. Cento e setenta pescadores já receberam seus pagamentos, assegurou a presidente.
A Fepeal informou que existe um limite de transferências bancárias que determina a quantidade de transações que a Federação pode fazer.

Braskem diz que repassou os recursos

Por meio de nota enviada à imprensa, a Braskem informou que realizou o repasse do recurso à Fepeal no dia 29 de fevereiro, para a indenização do grupo de pescadores vinculados às colônias da região, por meio de depósito feito em conta bancária indicada pela Federação.

“Conforme acordo assinado, cabe à Fepeal a gestão dos recursos, pagamento e prestação de contas dos valores pagos aos pescadores vinculados às colônias da região”, finalizou a nota.

de acordo com as explicações da representante da Fepeal, a União entendeu que a responsabilidade de pagar o auxílio não é do Governo Federal, do Ministério da Pesca, afinal não é um dano causado de forma natural, é um dano causado por uma empresa.

“A Fepeal judicializou uma Ação Civil Pública contra a empresa para que os pescadores fossem recompensados por não poderem exercer a sua atividade naquele período e naquela região em que estava proibida a navegação. Ficou acordado que todos os pescadores que residem na região próximo à proibição, ou seja, Vergel, Prado, Bebedouro e Bom Parto seriam contemplados com a compensação por parte da empresa, ao comprovarem que moravam no local nos meses anteriores aos danos, de novembro, a agosto do ano passado”, detalhou. E foi o que a Fepeal fez, garantiu a presidente.