Cidades

MPF busca providências do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca em Alagoas

Alegação de falta de recursos precisa ser contornada; Semarh vai municiar MPF para providências futuras

Por Ascom MPF/AL 22/02/2024 16h38 - Atualizado em 22/02/2024 18h52
MPF busca providências do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca em Alagoas
Inspeção do MPF em barragem localizada em Palmeira dos Índios em 2019 - Foto: Ascom MPF/AL

O Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas promoveu uma reunião de trabalho com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e a Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) para tratar sobre a segurança nas barragens em Alagoas. O encontro aconteceu no prédio-sede do MPF, em Maceió/AL, em 20 de fevereiro.

No estado são 22 barragens administradas pelo Dnocs. A segurança delas tem sido acompanhada pelo núcleo de meio ambiente do MPF em Alagoas, por meio dos procuradores da República Érico Gomes, Juliana Câmara e Lucas Horta, numa ação coordenada pela 4ª Câmara de Coordenação e Revisão (4CCR). Este tema não apenas envolve a preservação ambiental, mas também a segurança das comunidades próximas, uma vez que algumas barragens podem causar impactos diretos.

O acompanhamento dessas barragens é uma prática constante, e a falta de respostas adequadas por parte do Dnocs motivou a realização desta reunião. Durante o encontro, o Dnocs alegou escassez de recursos financeiros e humanos para implementar as correções necessárias, visando evitar possíveis multas ou até mesmo a revogação das outorgas concedidas pela Semarh, órgão responsável pela licença de construção da barragem. A Agência Nacional de Águas (ANA) é a entidade autorizadora do uso da água.

Os problemas identificados pela Semarh estão principalmente relacionados à manutenção das barragens e à implementação de planos de segurança, especialmente nas barragens classificadas como de risco médio ou alto.

A Semarh ressaltou que as condicionantes de segurança não estão sendo atendidas e envolvem aspectos como segurança, outorga, manutenção e gestão das barragens.

Os técnicos do Dnocs em Alagoas reconheceram que as barragens datam da década de 1960, anteriores às normativas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e ao Código Florestal. No entanto, admitiram pendências junto à Semarh, alegando falta de recursos para saná-las. Outra questão relevante destacada pelo Dnocs é a dificuldade enfrentada em antigas desapropriações que não foram regularizadas no prazo adequado.

Diante das justificativas apresentadas pelo órgão federal, o MPF solicitou à Semarh a elaboração, em 20 dias, de uma lista de prioridades a serem regularizadas. Essa lista deve incluir o nível de risco associado a cada questão e as peculiaridades identificadas nas fiscalizações. Essas informações serão utilizadas na definição das próximas medidas a serem adotadas pelo MPF.

Barragens sob administração do Dnocs em Alagoas:

Município / Barragem

Arapiraca / Arapiraca/Perucaba

Batalha / Timbaúba

Campo Grande / Campo Grande

Craíbas / Craíbas dos Nunes

Delmiro Gouveia / Delmiro Gouveia/Sinimbu

Dois Riachos / Pai Mané

Dois Riachos / Dois Riachos

Girau do Ponciano / Ponciano

Igaci / Coruripe

Jacaré dos Homens / Jacaré dos Homens

Jaramataia / Jaramataia

Major Izidoro / Major Izidoro

Major Izidoro / São Marcos/Sertão de Baixo

Major Izidoro / Travessia

Maravilha / Maravilha

Mata Grande / Gravatá

Palestina / Retiro

Palmeira dos Índios / Caraibinha

Pariconha / Pariconha

Poço das Trincheiras / Poço das Trincheiras

Santana do Ipanema / Riacho do Bode

São Sebastião / Colégio/Feira Grande