Cidades

Água mina e abre crateras em residências na Chã da Jaqueira

Dona de casa Angela Maria Matias de Arruda afirmou à reportagem da Tribuna que Defesa Civil condenou sua casa: 'disse que não adiantava eu fazer obra nenhuma para tentar reverter a situação'

Por Valdete Calheiros – colaboradora / Tribuna Independente 06/01/2024 20h03 - Atualizado em 07/01/2024 09h30
Água mina e abre crateras em residências na Chã da Jaqueira
Angela Maria Matias mostra cratera aberta em sua casa na Chã da Jaqueira, devido a um minador de água - Foto: Sandro Lima

Moradores do Conjunto Padre Pinho, na Chã de Jaqueira, estão vendo, dia a dia, a água minar dentro das suas residências e abrir crateras que comprometem a estrutura das casas. Uma das residências mais comprometidas é a da dona de casa Angela Maria Matias de Arruda.

A residência recebeu, no final do ano passado, a visita da Defesa Civil. Um relatório assinado pelo órgão, no dia 22 de dezembro, confirmou que foi feita uma vistoria na casa e constatada uma cratera aberta depois de ter surgido um minador no local.

No entorno da casa existem outras minas, inclusive com um fluxo maior de água. “A Defesa Civil condenou a minha casa. Disse que não adiantava eu fazer obra nenhuma para tentar reverter a situação”.

“Eles disseram que o problema vem do lençol freático que vai formando crateras para a água passar. Quando a comunidade consegue fechar um minador, com a força da água retida, logo outro se abre a alguns metros. Ao redor da minha casa tem outras quatro casas cheias de água desses minadores. Os moradores fecharam as portas e foram morar com parentes, eu não tenho pra onde ir. Uma parte dos meus familiares mora no Sertão alagoano e outra parte em São Paulo”, contou, desesperada.

Além da água minando do solo, as paredes estão comprometidas pelas rachaduras que aparecem a cada dia. “Não bastasse o isolamento socioeconômico que estamos passando, ainda tem esse pesadelo”, reclamou.

Segundo a dona de casa, a água do Riacho do Silva está retornando para a casa dela, devido à movimentação da água da Lagoa Mundaú. “Conseguiram transformar nosso solo em brejo. A Defesa Civil disse que ia mandar uma assistente social na minha casa e até agora não apareceu ninguém”, relatou.

Enquanto espera uma solução, Angela Maria Matias de Arruda vê os moveis de casa ficarem comprometidos e os eletrodomésticos deixarem de funcionar devido à água que brota do solo, está tomando remédio controlado e sendo acompanhada por médico psiquiatra e, apesar dos cuidados, não está conseguindo dormir devido à situação.

“Sigo pedindo a Deus pra que me dê bênçãos e vitórias para eu conseguir resgatar tudo o que eu adquiri com muito esforço na vida”, disse, resignada.