O engenheiro civil Abel Galindo, especialista em solo e professor visitante da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), fez um alerta grave e preocupante sobre o colapso da mina 18, que estava sendo tamponada pela Braskem, na unidade da mineradora no bairro do Mutange, em Maceió.

Segundo ele, essa mina 18 fica vizinha a outras duas minas de sal-gema (a 19 e a 7), que também estão sofrendo processo de desmoronamento, por conta da acomodação do solo, a partir dos tremores de terra registrados na região de Bebedouro, nos últimos dias.

O professor disse que o risco de desmoronamento da mina existe, mas é difícil prever. “A gente sabe que vai acontecer, os sinais são esses tremores, mas não sabemos quando. O que a gente sabe é que o terreno está sofrendo acomodações e os últimos tremores comprovam isso”, afirmou.

“Por isso, que a Braskem, que tem um excelente corpo técnico, sabe que a situação é grave. Gravíssima. Tanto é que a empresa mandou evacuar a área, retirou os operários e paralisou as operações de tamponamento das minas”, acrescentou.

Em entrevista ao programa Bom Dia Alagoas, da TV Gazeta, Abel Galindo disse ainda que a mina 18, que entrou em colapso, está muito próxima da mina 19 e da mina número 7.

“Tão falando que a mina 18 entrou em colapso, é possível que a 19 também esteja nessa iminência, porque as duas são coladinhas. Essas duas minas com a mina 7 formam uma monstruosidade gigante”, explicou Galindo, acrescentando que no relatório dos técnicos alemães (encomendado pela Braskem), essa mina 19 já apresentava um diâmetro de 150 metros.

Questionado sobre a possibilidade da abertura de uma enorme cratera nas imediações do Mutange, o engenheiro confirmou afirmativamente. Ele disse que, “com a abertura dessa cratera, vai se formar um lago, com até 10 metros de profundidade, no Mutange”.

O engenheiro disse ainda que a zona de risco de colapsar vai do bairro do Bom Parto a Bebedouro, mas a mina que mais afunda e se encontra em fase avançada de colapso é de número 18, que fica próximo ao antigo campo do CSA.

Ele afirma que, no momento, não há risco para os moradores de outras áreas. “Está previsto o dolinamento em outras minas, mas a maioria fica nessa região próxima à Lagoa Mundaú. Por isso, a área mais crítica é na região de Bebedouro, da Cambona aos Flexais”, completou.