Cidades

Júri popular de ex-policial militar acusado de estuprar e matar jovem em 2019 acontece nesta 5ª

Josevildo Valetim responde por feminicídio triplamente qualificado e tentativa de homicídio contra o namorado da vítima

Por Redação com agências 16/11/2023 09h57 - Atualizado em 16/11/2023 14h50
Júri popular de ex-policial militar acusado de estuprar e matar jovem em 2019 acontece nesta 5ª
Josevildo Valetim dos Santos Júnior - Foto: Reprodução

O júri popular do ex-soldado da Polícia Militar de Alagoas, Josevildo Valetim dos Santos Júnior, acusado de estuprar e matar uma mulher identificada como Maria Aparecida Pereira e por tentativa contra o namorado dela Agnísio dos Santos Souto em julho de 2019.

O primeiro julgamento foi marcado para o dia 13 de julho deste ano, mas foi suspenso devido o abandono processual do advogado de defesa do réu.

O Ministério Público irá sustentar a acusação de feminicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e estupro, com três qualificadoras: motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima, e pela qualidade de uma das vítimas ser do sexo feminino. A pena do acusado pode ultrapassar os 40 anos de prisão, conforme informa o promotor Antônio Vilas Boas. “Como tem atuado em inúmeros julgamentos, o MP tentará convencer os jurados que o crime foi grave e que merece uma reprimenda do Estado, ou melhor, uma reprimenda da sociedade, porque, hoje, os sete jurados serão os julgadores”, disse.

O julgamento acontece no Fórum Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro, em Maceió.

O CRIME

As vítimas estavam conversando na porta da casa de Aparecida, na Ponta Grossa, quando o policial passou de carro e parou. Ele teria mostrado um revólver calibre 38 para os dois. Logo depois, teria ordenado que ambos entrassem no veículo. Agnísio foi colocado na mala e Aparecida foi no banco do passageiro.

O policial seguiu com as vítimas no interior do veículo até um local ermo, onde ele estuprou Aparecida sob a mira de uma arma. Agnísio foi mantido na mala do automóvel. Depois que a jovem foi violentada, o policial tirou o rapaz do carro e mandado que a mulher fizesse sexo oral nele. Nesse momento, de acordo com o inquérito, o PM atirou contra Aparecida, que caiu e morreu no local. E ele teria atirado também contra o homem, que caiu e fingiu estar morto.

Na manhã do dia seguinte, por volta das 7h10, o policial voltou à cena do crime para atestar o óbito das vítimas, quando se deparou com uma ambulância e foi embora, essa informação consta na investigação do fato.

A polícia chegou ao acusado a partir de uma informação recebida via Disque-denúncia (181). Ele foi reconhecido pela vítima sobrevivente. Em cumprimento de mandado de busca e apreensão e de prisão preventiva, a Polícia Civil encontrou e apreendeu, na residência do militar, o par de sandálias utilizadas por Aparecida, além de estojos de munições deflagradas no assassinato.

O militar confessou os crimes e sua esposa afirmou, já que o mesmo tinha contado para ela.