Cidades
MUVB estima 5 mil ameaçados em área de risco
Movimento destaca avaliação do CPRM de que, se minas cederem, proporção do acidente será imensurável

O Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) estima que 5 mil pessoas estejam em áreas de risco por causa das atividades de mineração da Braskem. “Os tremores foram percebidos lá nos Flexais, diversos moradores reclamam isso, e isso tem assustado a gente porque eu lembro de uma audiência pública no Senado, quando o representante do CPRM, Thales Sampaio, falou que se acontecesse das minas cederem, não conseguiria dimensionar a proporção desse acidente. E, segundo a informação da reunião no quartel do Exército na terça-feira, o tremor, mesmo tendo sido de pequena escala, teve um dano bem maior do que o primeiro nas minas”, afirmou o integrante do MUVB, Maurício Sarmento.
Os moradores querem uma audiência com o juiz federal André Granja, em busca de realocação. “Vamos conversar com a Defensoria Pública, que é o nosso advogado nesse processo, o doutor Ricardo Melro, para que ele possa marcar uma nova audiência com o juiz, tendo em vista esses novos acontecimentos, que estão nos assustando por demais. Só quem é morador dessas áreas para sentir o que estamos sentindo. Um acidente vindo acontecer, acometendo essas áreas, seria de uma proporção gigantesca. E nós esperamos que o juiz possa julgar o quanto antes essa situação”, disse Sarmento.
Sarmento reclamou ainda da falta de informações por parte da Defesa Civil de Maceió. “Estou compondo o grupo de trabalho de combate ao crime da Braskem, que foi instituído pelo Governo de Alagoas, e, na última reunião desse grupo de trabalho, eu propus que convocássemos o CPRM para que possa estar nos informando dados, como de interferometria e dos sismógrafos porque, depois que o novo prefeito assumiu, a gente não tem tido mais essas informações, que acontecia constantemente na gestão passada da Defesa Civil”, destacou.

As pessoas que ainda estão habitando a região temem uma tragédia. As paredes de suas casas estão rachando e a água mina dentro das residências.
Braskem diz que atividades no local permanecem paralisadas
A empresa Braskem, em nota enviada à Tribuna Independente, afirma que a região onde foram detectados os microssismos na última segunda-feira, 6, é amplamente monitorada por uma rede robusta, das mais modernas instaladas no país, capaz de detectar sismos de magnitudes extremamente baixas, como foi o caso. Os eventos não alteraram a rotina na região, não houve evacuação da área, tampouco orientação para que os funcionários se dirigissem a ponto de encontro.
As atividades da Braskem no local onde os equipamentos detectaram os microssismos permanecem paralisadas de forma preventiva, e a empresa segue em diálogo com as autoridades competentes.
Os dados registrados na região estão sendo avaliados, como é feito rotineiramente, com o apoio de consultorias e especialistas nacionais e internacionais que acompanham o tema, para um melhor entendimento sobre os eventos.
Cobrança
Na quarta-feira (8), o Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas expediu ofício à Braskem, Defesa Civil do município de Maceió e à Agência Nacional de Mineração (ANM), cobrando esclarecimentos quanto aos tremores de terra noticiados por vários meios de comunicação, e confirmados pela própria Defesa Civil, na última segunda-feira (6) no bairro do Mutange.
O MPF quer saber se os abalos sísmicos registrados têm relação com as atividades de preenchimento das cavidades provocadas pela atividade da Braskem de mineração do sal-gema.
Por meio de nota, a Agência Nacional de Mineração (ANM) informou que recebeu o ofício do MPF e possui um prazo de cinco dias a contar de ontem (9) para responder.
A Defesa Civil de Maceió disse que está aguardando relatórios técnicos e vai responder dentro do prazo.
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