A Braskem esclareceu ontem, por meio de notificação e nota de esclarecimento dirigida à Tribuna, que o material estocado em sua unidade do Mutange “não é, nem poderia ser, sal-gema”. Segundo o comunicado, trata-se de calcita (carbonato de sódio), informação que constaria na embalagem do produto.

A matéria que cita o produto como sal-gema foi manchete na edição da última terça-feira (19).

Ainda na nota, a Braskem explica que a calcita é “um insumo utilizado por uma empresa especializada” nas atividades com equipamento de sonda na unidade.

A petroquímica volta a afirmar, na nota, que as atividades de mineração foram encerradas em 2019.

A decisão, que de fato foi amplamente divulgada, ocorreu em face do afundamento de solo, constatado então em quatro bairros de Maceió, em consequência da mineração predatória de sal-gema, segundo técnicos do Serviço Geológico do Brasil.

A nota cita ainda que quando fazia mineração de sal-gema, o produto “chegava à superfície diluído em água (salmoura) e, em seguida, era transportado via tubulação para a unidade da Braskem no Pontal da Barra, onde então era realizado o processo de industrialização”.

Em notificação, ainda, a Braskem diz que “mais uma vez” a Tribuna publica “informação falsa sobre a atuação da Braskem em Maceió” e critica que a fonte da matéria tenha sido “um vídeo apócrifo”. A nota da Braskem é a que segue.

NOTA DA BRASKEM

Com relação à matéria de capa da edição de hoje da Tribuna Independente, 19 de setembro de 2023, sob o título “Braskem armazena sal-gema em unidade de extração instalada no bairro do Mutange”, a Braskem vem esclarecer que o produto que aparece no vídeo apócrifo que embasa a matéria não é, sem poderia ser, sal-gema. As atividades de mineração de sal-gema foram encerradas em 2019. Além disso, quando havia operação, a sal-gema chegava à superfície diluída em água (salmoura) e, em seguida, era transportada via tubulação para a unidade da Braskem no Pontal da Barra, onde então era realizado o processo de industrialização. O material que o vídeo afirma ser sal-gema é na verdade calcita (carbonato de cálcio), informação esta que consta na embalagem do produto, que nada mais é do que um insumo utilizado por uma empresa especializada, contratada pela Braskem, nas atividades com equipamento de sonda.

NOTA DA REDAÇÃO

A Braskem demorou para esclarecer que o produto estocado em sua unidade do Mutange não é sal-gema. Quando questionada pela reportagem da Tribuna, dia 18 (segunda-feira), emitiu nota em que omite a informação de que se tratava de calcita e somente agora, em nova nota, faz o esclarecimento.

Na nota do dia 18, que publicamos na matéria do dia 19 e republicamos agora no final deste texto, a petroquímica limita-se a informar que suspendeu a mineração de sal-gema em 2019 e passou a importar o produto do Chile, o que já tinha sido amplamente divulgado em toda a imprensa.

Não fez qualquer referência ao produto estocado na unidade do Mutange.

Nota-Braskem emitida em 18.09.2023

A extração de sal-gema em Maceió foi encerrada em 2019, e o fato foi amplamente noticiado na imprensa, inclusive por esta Tribuna, na página 5 da edição nº 3521, de 15,16 e 17 de novembro de 2019.

Seguindo a transparência que marca a comunicação de suas ações, de 2019 até agora, a Braskem divulgou diversas vezes não apenas o encerramento da extração de sal em Maceió, como também os procedimentos para fechamento dos poços de sal e o retorno da operação da fábrica, no início de 2021, com sal importado do Chile exclusivamente para esse fim. Tal divulgação se deu na forma de informativos e respostas a demandas da imprensa e também na plataforma Braskem Explica, presente em todas as mídias, por onde a companhia presta contas à sociedade de suas atividades em Alagoas (republicada).