Cidades

Mulheres indígenas de AL promovem campanha para marcha em Brasília

Ao TH Entrevista, Eline Juvita, da etnia Wassu Cocal, diz que sociedade pode ajudar com qualquer valor

Por Tribuna Independente 15/08/2023 09h01
Mulheres indígenas de AL promovem campanha para marcha em Brasília
Eline Juvita diz que até agora foi garantido um transporte com capacidade de levar delegação com 45 mulheres - Foto: Edilson Omena

Uma campanha foi lançada para que a delegação de mulheres indígenas de Alagoas viaje até Brasília com o objetivo de participar da III Marcha das Mulheres Indígenas, que acontece de 11 a 13 de setembro deste ano.

Com o tema ‘Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais’, cerca de 45 indígenas alagoanas das 12 etnias do estado estão engajadas na luta para que sejam adquiridos meios para que cheguem até Brasília e assim junto a outras mulheres indígenas do Brasil se fortaleça a defesa de bandeiras a qual necessitam estar inseridas no processo.

Ao TH Entrevista, Eline Juvita, da etnia Wassu Cocal, mais conhecida como Kety Wassu, explicou a finalidade da campanha e as formas da sociedade ajudar com qualquer forma de contribuição financeira.

“Até agora a gente tem certo um transporte que estará com possibilidade de levar uma delegação de 45 mulheres indígenas para esse encontro em Brasília, mas ainda precisamos de recursos para alimentação, deslocamento e hospedagem para os oito dias de evento”, disse.

Mais de 5 mil lideranças femininas dos seis biomas brasileiros são esperadas no evento, além de convidadas internacionais. O tema este ano será o fio condutor de debates que pretendem reconectar a potencialidade das vozes ancestrais.

O manifesto da iniciativa celebra a presença política de mulheres indígenas no executivo e no legislativo e ressalta: “não é mais tolerável aceitar políticas públicas inadequadas aos povos. O caminho para superação de mais de 500 anos de apagamento não é simples, depende de coletividade e de reconhecimento da diversidade”.

Desde a criação da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) e da II Marcha das Mulheres Indígenas, em 2021, as mulheres indígenas avançam a passos largos na construção de sua história e lugar político. Em 2022, através da Caravana das Originárias das Terras, 27 territórios brasileiros foram cruzados promovendo ações de fortalecimento, protagonismo, acolhimento, reflexão da importância dos Biomas e territórios de todo o Brasil.

Ocupou-se a política através da Bancada do Cocar, que contou com 17 candidaturas representativas que pleitearam as eleições a Deputadas Federais e Estaduais. Testemunhamos a vitória histórica das nossas Mulheres Terra, Sônia Guajajara e Célia Xakriabá, que hoje estão nos representando no Ministério dos Povos Indígenas, Câmara dos Deputados.

Como parte dessa jornada de luta por direitos, em janeiro de 2023, foi realizada a Pré-Marcha das Mulheres Indígenas, sob o tema Vozes da ancestralidade dos seis biomas do Brasil, com a participação de mais de 200 mulheres, estimulando debates coletivos na perspectiva da política indígena na construção e manutenção dos nossos direitos a nível nacional.

“Somos a convergência da mãe de todas as lutas, e para continuar ecoando nossas vozes em defesa da vida, a Anmiga e as Mulheres Biomas do Brasil, se organizam para a realização da III Marcha das Mulheres Indígenas, sob o tema Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais”.

MARCHA

A III Marcha das Mulheres Indígenas ocorrerá nos dias 11 a 13 de setembro, em Brasília (DF), com o objetivo de conectar e reconectar a potencialidade das vozes das ancestralidades que são as sementes da terra, que compõem a rede Anmiga, fortalecer a atuação das mulheres indígenas que estão com o corpo território em movimento, debater os desafios e propor novos diálogos de incidência na política indígena do Brasil.

“Nunca mais um Brasil sem nós, a rede Anmiga convoca todes a apoiar a luta das mulheres indígenas dos seis biomas do Brasil a dar continuidade na construção de uma governança que respeite a nossa existência. Apoie as mulheres indígenas!”.

Abaixo, confira a entrevista completa no canal Tribuna Hoje no Youtube