Cidades
Peças em cerâmica da Mestra Irinéia podem ser encontradas no Mercado das Artes
Local é um dos poucos em Alagoas com as peças de uma das mais importantes ceramistas populares do Brasil
O Mercado das Artes 31, no Jaraguá, é um dos poucos lugares em Alagoas onde se pode encontrar as peças da quilombola Irinéia Rosa Nunes da Silva, a Mestra Irinéia, uma das mais importantes artistas de cerâmica popular do Brasil, que recebeu, em 2018, uma homenagem do Governo do Estado de Alagoas com a instalação da réplica da sua obra “O beijo da Mestra Irinéia”, instalada na orla da Lagoa da Anta, na Jatiúca.
E é exatamente a famosa peça, "O Beijo", além das tradicionais Cabeças da Mestra Irinéia, que estão disponíveis no Mercado das Artes 31, no Jaraguá, que se tornou, desde sua abertura, no principal centro de exposição e venda dos nomes mais importantes do artesanato alagoano.
Nascida em janeiro de 1949, remanescente do povoado quilombola do Muquém, em União dos Palmares, Dona Irinéia Rosa começou fazendo cabeças de barro para ajudar na renda familiar, participando de feiras de artesanato pelo Brasil. A artesã sempre utilizou do barro e lenha para produzir os personagens da vida real, a partir da observação das vivências dentro da comunidade. Tanto é que em 2005 foi reconhecida como Patrimônio Vivo de Alagoas. Ela também foi finalista do Prêmio Unesco de Artesanato da América Latina e Caribe e suas esculturas foram expostas na Expo Milão, uma feira que reúne obras de arte de diversos países.
O povoado de Muquém localizado em União dos Palmares abriga os descendentes diretos das famílias que habitaram a Serra da Barriga. Foi reconhecido oficialmente em 2005 pela Fundação Cultural Palmares como a primeira comunidade remanescente do Quilombo dos Palmares.
As principais atividades da comunidade são a agricultura familiar e o artesanato. A tradição de produzir peças de barro e cozidas em fornos artesanais atravessa gerações no povoado. O barro, principal obra-prima das esculturas, é retirado do rio Mundaú pelas mãos dos artesãos da comunidade. Em 2010 o povoado foi destruído pela enchente e os moradores subiram em árvores para sobreviver. Dona Irinéia perdeu aproximadamente 2 mil esculturas e após superar o desastre natural que abalou o Muquém, produziu um dos trabalhos mais significativos: A jaqueira e a lenha.
Mais informações no Instagram @mercadodasartes31.
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