Cidades

Feira comercializa 17,5 t de alimentos na capital alagoana

Promovido pela Comissão Pastoral da Terra, evento reúne 60 bancas até este sábado na Praça da Faculdade, no Prado

Por Luciana Beder – Colaboradora com Tribuna Independente 17/06/2023 10h42
Feira comercializa 17,5 t de alimentos na capital alagoana
Em sua 32ª edição, Feira Camponesa conta com casa de farinha (foto), restaurante camponês, shows e debates - Foto: Edilson Omena

A Feira Camponesa retornou à Praça da Faculdade, no bairro do Prado, em Maceió, após um intervalo de três anos. São 58 bancas com uma variedade de produtos agroecológicos direto das roças de acampamentos e assentamentos do estado. Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), 17 toneladas e meia de produtos estão sendo comercializados até este sábado (17).

“É uma pequena demonstração do que as famílias têm, mas há ainda muito mais. O retorno da Feira na Praça da Faculdade em pleno período junino é o retorno do diálogo entre o campo e cidades, entre famílias que lutaram pela conquista da terra e as que buscam alimentos saudáveis”, afirma Carlos Lima, coordenador nacional da CPT.

Em sua 32ª edição, a Feira Camponesa conta com restaurante camponês, casa de farinha, shows em palco e debates temáticos. A última realização da feira aconteceu em outubro de 2019. Neste formato, o projeto Feira Camponesa acontece duas vezes por ano, nos meses de junho e outubro.
“Em 2020, fomos interrompidos pela pandemia da Covid-19, por isso tivemos um intervalo de três anos. Temos uma versão itinerante, que fazemos mensalmente no Conjunto José Tenório. Algumas vezes, também temos feira no Antares. Essas feiras têm em torno de 15 a 25 bancas, no máximo. Já na Praça da Faculdade, onde o espaço é maior e onde começamos as feiras, temos em média 60 bancas”, explica Lima.

Os feirantes são oriundos do Sertão, da Zona da Mata e do Litoral de Alagoas e trazem uma diversidade de alimentos saudáveis, visto que têm a prática de produção agroecológica, como macaxeira, abóbora, graviola, laranja, banana, coentro, alface, cebolinha, milho, abacaxi, limão, doces, mel, goma de tapioca e outros produtos.

Em dois dias e meio de feira, são esperados cerca de quatro mil visitantes. “O público da Feira Camponesa na Praça da Faculdade é formado pela vizinhança, mas, sobretudo, por muitas pessoas que já conhecem o projeto e valorizam a agricultura familiar camponesa. São pessoas que sabem a importância do alimento saudável, sem uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos. São alimentos livres de venenos. As mesmas mãos que cultivaram, são as que comercializam”, disse o coordenador nacional da CPT.

Nesta edição, acontece ainda a retomada da rádio Caminho da Roça, com debates importantes na praça e transmissão ao vivo no perfil do Instagram @cptalagoasoficial. “Tivemos três programas sobre fraternidade e fome; reforma agrária e soberania alimentar; e agroecologia e saúde. Foram entrevistados o Padre Gilvan Neves, representantes de movimentos Sem Terra parceiros e camponesas”, afirma Lima.

Consumidor busca produtos frescos e livres de agrotóxicos

A agricultora Maria José Cavalcante é do município de Messias e sempre aproveita feiras de produtos orgânicos. Desta vez, levou feijão, azeite de dendê e doce de mamão. “Hoje em dia, no mercado só tem feijão transgênico. Então, uma forma de você adquirir feijão agroecológico é comprando com o produtor. E os preços são muito bons. O feijão, por exemplo, estou levando por sete reais. No mercado custa 10, 12 reais. E aqui estou comprando produto de origem. Sempre que posso, consumo produtos livres de agrotóxicos, de outros agricultores”, diz.

A aposentada Nilda Ramos também é frequentadora assídua das feiras camponesas. “Sempre que tem feira, eu venho porque gosto muito da qualidade e dos preços dos produtos, principalmente as frutas. Hoje, estou levando banana e tapioca”, conta.

FEIRANTES

E os feirantes, como Elisiane Florenço, que já participa da feira há seis edições, aproveitam para comercializar os alimentos cultivados pelas próprias mãos.

“Eu produzo macaxeira, coco, graviola, abacaxi, mel, tapioca, massa puba, vários produtos. O movimento não está como em anos anteriores, mas estamos otimistas em vender tudo”, conta Elisiane Florenço.