Cidades

Após negociações sem avanço, trabalhadores do Hospital Veredas devem entrar em greve na sexta (16)

Audiência de conciliação foi realizada nesta terça-feira (13) na sede do Ministério Público do Trabalho de Alagoas (MPT/AL)

Por Assessoria 13/06/2023 17h16 - Atualizado em 13/06/2023 18h47
Após negociações sem avanço, trabalhadores do Hospital Veredas devem entrar em greve na sexta (16)
Audiência de conciliação no MPT/AL terminou sem avanços - Foto: Assessoria

Sem as presenças de representantes do estado e do município para justificar as razões nos atrasos dos repasses de recursos públicos para o Hospital Veredas, a audiência de conciliação realizada nesta terça-feira (13), no Ministério Público do Trabalho, teve poucos avanços no que se refere a mudança do cenário crítico dos 1.200 funcionários da unidade hospitalar.

O Sateal solicitou que o MPT convocasse os representantes das secretarias da Fazenda e Saúde (Sefaz e Sesau), para dar explicações sobre a situação e apontar caminhos para resolver o problema, mas infelizmente ninguém compareceu ou justificou.

Os trabalhadores em geral (a exceção dos médicos e empresas terceirizadas), vão iniciar a greve com a suspensão dos serviços a partir da próxima sexta-feira (16), respeitando o percentual de 30% do corpo profissional em atendimento.

Com um débito acima de R$7 milhões somente com as 3 folhas (março, abril e maio), e benefícios atrasados, a unidade agoniza diante de um cenário que pode ficar ainda pior, diante do decreto de greve deliberado pelos profissionais de várias categorias na segunda e protocolado pelos sindicatos das categorias no MPT durante a audiência.

Representantes do Hospital afirmaram que os atrasos de três meses, além de férias e 13º ocorrem, principalmente, pela ausência de regularidade nas transferências do Governo de Alagoas e do município de Maceió.

Além dos trabalhadores ativos, mais de 160 profissionais demitidos também não receberam qualquer indenização até o momento. É o caso da técnica em nutrição Jussara Lemos, que trabalhou durante 35 anos para o Hospital e foi demitida em janeiro.

A técnica afirma que a empresa parou de pagar o FGTS em 2014. “Tenho apenas 20 centavos na minha conta e estou sendo ameaçada de perder minha casa”, afirma emocionada.

Além dela, outros ex-funcionários estão vivendo situações de total desespero. A técnica em enfermagem Alessandra Machado foi demitida há sete anos e até o momento também não recebeu qualquer indenização.

O procurador-chefe Raphael Gazzaneo afirmou que vai pedir uma audiência com o vice-governador, Ronaldo Lessa, para expectativa de encontrar algum espaço de diálogo com o Executivo estadual. O MPT elaborou e as partes assinaram um Termo com as definições de como serão realizados os pagamentos dos recursos em atraso.

“Mesmo assinando o termo no Ministério Público, a empresa alega não ter recursos neste momento para quitar suas dívidas. Vale destacar que salário é de natureza alimentar, fonte de sobrevivência dos trabalhadores, como vários deles relataram aqui, na audiência. Não podemos ficar inertes diante da situação de total desespero desses profissionais, que estão vivendo em condições precárias e adoecidos diante desse cenário caótico em que se encontra o hospital”, destacou o presidente do Sateal, Mário Jorge.