Em visita à redação da Tribuna Independente, onde foi entrevistado para o TH Entrevista, da TV Tribuna Web, o ator e poeta Chico de Assis, considerado o maior ator alagoano pelas inúmeras participações em filmes, novelas e minisséries nacionais, está percorrendo os palcos alagoanos se apresentando com o espetáculo sobre os 130 anos do nascimento do poeta Jorge de Lima, “Chico de Assis conta Jorge de Lima – a invenção da poesia”.

Além disso o poeta e ator também está atuando ainda em dois outros espetáculos, um sobre Graciliano Ramos que se chama “Um Brasileiro Alagoano - Memórias de Heloísa” e um inédito, sobre o Volta Seca, a história de um adolescente de 14 anos que entrou para o bando de Lampião, se tornando o mais jovem cangaceiro da história.

Com mais de 40 anos de carreira, Chico, que nasceu em Santa Luzia do Norte, começou sua carreira artística como ator, bem cedo, em Maceió, aos 8 anos, em 1966, no grupo escolar Dr. José Maria Correia das Neves, popularmente chamado de “Frango Assado”. Seu primeiro mestre foi o folclorista Pedro Teixeira que o tomou como afilhado. A genitora, Dona Tereza Romeiro, que era escritora, leitora da bíblia, mãe de seis filhos sendo três homens e três mulheres, foi uma grande incentivadora. Francisco, o pai, já falecido, quando em vida foi funcionário dos Correios e gostava de tocar clarinete. O tio, Otaviano Romeiro, conhecido como maestro Fon Fon, um grande músico, fez bastante sucesso no Brasil e no exterior. Ele faleceu na Grécia.

Como parte da família totalmente envolvida no meio cultural, Chico traz em seu DNA essas características. Participou de montagens antológicas como “Igreja verde”, “Mirandolina”, “Os Sete Gatinhos”, e “Escola de Mulheres”, como também sua participação no elenco de “O Diário de Anne Frank”, em montagem do grupo Cena Livre.

Participou de programas da TV Globo, como as minisséries “Agosto” em 1993 “Memorial de Maria Moura”. Também fez participações em novela: “Deus nos Acuda”, de Sílvio de Abreu, em 1993, e o remake de “Irmãos Coragem”, em 1995. Recentemente integrou o elenco de “Velho Chico”, de Benedito Rui Barbosa, dirigido por Luiz Fernando Carvalho.

No cinema, fez “Memórias do Cárcere” (1983), dirigido por Nelson Pereira dos Santos; “O Testamento do Senhor Napumoceno” (1997) e “A Ilha dos Escravos” (2008), ambos dirigidos por Francisco Manso; “Deus é Brasileiro” (2004), de Cacá Diegues; “Muito Gelo e Dois Dedos d´Água” (2006), de Daniel Filho; e “Espelho d’Água” (2003), de Marcus Vinicius César.

Sequência
Ator é parte do elenco de Deus Ainda é Brasileiro

E 20 anos depois do primeiro filme “Deus é brasileiro”, o diretor, escritor, poeta e ator Chico de Assis foi convocado novamente para a sequência de “Deus ainda é brasileiro”. “Uma alegria. Após 20 anos, reencontrei o ‘mestre’ Cacá Diegues, sendo dirigido por ele no filme ‘Deus ainda é brasileiro’, que deve ser exibido ainda em 2023. E que alegria também poder abraçar o ator Antônio Fagundes, um monstro do cinema brasileiro”, afirma Chicos de Assis.

Mas seu maior desafio no momento, segundo ele, é trabalhar num espetáculo que traz aspectos da vida e obra do extraordinário Jorge de Lima. Com um elenco e uma direção de alto nível, que reúne nomes como Igbonan Rocha, Nany Moreno e Wilson Santos, além do diretor e produtor Marco Antônio Patacuri, o espetáculo está percorrendo os palcos alagoano, prestando uma justa homenagem aos 130 anos do poeta, romancista, pintor, político, médico, biógrafo, ensaísta e tradutor brasileiro, Jorge de Lima, que nasceu em abril de 1893, em União dos Palmares. Inclusive, aproveitando os 130 anos, Chico estará declamando alguns poemas de Jorge de Lima durante o 3º Prêmio Alagoano de Turismo, no dia 22, no Maceió Mar Hotel.