Criado para facilitar o armazenamento de vários produtos, entre outras finalidades, o plástico gera, por outro lado, sérios problemas para a humanidade.


A utilização do plástico provoca o aumento da produção de lixo e também resíduos de microplásticos encontrados recentemente na corrente sanguínea das pessoas, por conta da grande quantidade de copos descartáveis e outras embalagens para guardar alimentos.


Pesquisas mostram que o plástico demora mais de 400 anos para se decompor no meio ambiente.


Entretanto, na própria natureza existe uma solução para acabar com esses graves problemas da atualidade: o plástico biodegradável.


Manipulação da fécula de mandioca


Em Arapiraca, um grupo de educadores da rede municipal de ensino iniciou um experimento, este mês, durante o curso de Formação Continuada para os professores da área de Ciências.


O grupo produziu plástico biodegradável, feito a partir da mandioca, uma raiz bastante cultivada no município e em toda a região Agreste de Alagoas.


A fécula é o produto mais nobre extraído das raízes da mandioca e sua utilização se dá em mais de mil segmentos, principalmente nas indústrias alimentícias, de plásticos e na siderurgia.

Para a produção do plástico biodegradável, é utilizada a fécula de mandioca com adição de glicerina, hidróxido de sódio e solução e ácido clorídrico em solução.

A fécula natural na presença de um plastificante, submetidos a determinadas condições de temperatura, se funde se transformando em fécula termoplástica.

Assim, com a manipulação da fécula, são produzidos filmes que podem substituir as embalagens que são feitas de polietileno.


A proposta pedagógica e de tecnologia social é resultado da parceria entre o Núcleo de Desenvolvimento Científico (NDC) e de Formação Continuada (NFC), da Secretaria de Educação de Arapiraca.


Segundo relata a professora-doutora Janice Gomes, gerente do Núcleo Científico, a prática realizada pelo grupo visa trabalhar as temáticas formativas na perspectiva da Alfabetização Científica na rede de ensino.

Janice Gomes frisa que o experimento oferta para os profissionais de Ciências da rede pública municipal de ensino a oportunidade de levar para a sala de aula a vivência de práticas científicas que reproduzem etapas técnicas realizadas nos grandes centros de pesquisa do Brasil e do mundo.

Aproveitamento de fontes renováveis


Os plásticos biodegradáveis, de origem natural, são feitos a partir de fontes renováveis presentes no milho, mandioca, beterraba, batata, entre outras raízes.


"Esses plásticos se degradam mais rápido e não deixam impactos negativos no meio ambiente", explica Janice Gomes.


Ainda de acordo com a gerente do Núcleo de Desenvolvimento Científico da Secretaria de Educação de Arapiraca, o plástico biodegradável pode ser utilizado para a fabricação de diversos utensílios.


Janice Gomes cita pesquisas que estão sendo realizadas em vários países com muito destaque.


"No Brasil, algumas aplicações já têm saído dos laboratórios e, entre elas, a utilização de polímeros naturais extraídos da cana-de-açúcar e da mamona que, devido à sua biocompatibilidade com o corpo humano, aparecem como experiências exitosas em aplicações médicas", revela a professora-doutora Janaína Kívia, uma das professoras formadoras na rede municipal de ensino de Arapiraca.


A pesquissdora adianta que a prática realizada pelas professoras é parte de um roteiro formativo para fortalecer a divulgação e iniciação científicas no município.


"Também faz parte de estratégia de ensino para os alunos da nossa rede, ampliando as perspectivas de aprendizagem das competências propostas pela base nacional comum curricular", explica Janaína Kívia.

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