Cidades

Cabo submarino? Entenda como a internet funciona

Especialistas defendem que, apesar de avanço da tecnologia, desafios ainda dificultam inclusão digital

Por Agência Tatu 17/05/2023 08h19
Cabo submarino? Entenda como a internet funciona
Especialistas defendem que, apesar de avanço da tecnologia, desafios ainda dificultam inclusão digital - Foto: Agência Tatu

Para quem compartilha rapidamente fotos e vídeos nas redes sociais nem imagina a quantidade de pessoas e de estrutura física que estão por trás do sistema que permite uma conexão de internet sem fio. São toneladas de cabos submarinos que interligam países em fibras ópticas.

A Agência Tatu conversou com especialistas que explicaram as etapas necessárias para a internet chegar até a palma das mãos dos usuários.

Saiba como funciona a Internet:


No círculo externo da internet, chamado de primeira e última milha, estão os usuários onde recebem e enviam as mensagens;


Este celular está conectado a um roteador que emite o sinal wireless, sem fio;


O roteador é alimentado por uma rede ligada ao provedor;


Essa tecnologia é possível por causa das ondas de rádio que envia sinais de internet;


Com isso, é possível enviar uma foto por e-mail, por exemplo;


Para esse envio, o arquivo é transformado em código binário, representado nos números 0 e 1;


Os códigos são transferidos via ondas de rádio até o roteador para seguir para o receptor, que consegue detectar a frequência justamente por entender o padrão dos códigos;


O celular pode ser entendido como um rádio por emitir essas ondas em conexão com Wi-fi;


O roteador se liga a cabos do provedor até chegar ao “hub”, uma central que transmite dados para todos os computadores ou dispositivos conectados;


E se o destinatário do e-mail ou da foto em rede social estiver em outro país? É aqui que entram em cena os cabos submarinos que interligam os países.


Cabos submarinos


Há várias empresas que fazem parte desta outra camada da internet. O navio de instalação e manutenção de cabo tem 139 metros de comprimento para fazer com que as toneladas de cabos atravessem o oceano. A luz emitida pela fibra óptica, uma fibra de vidro contínua, da espessura de um cabelo humano, sai de um país e chega a outro para levar as informações.















Por meio do site Submarine Cable Map, é possível visualizar o mapa dos cabos submarinos. Todos os cabos lançados a partir dos anos 2000 são utilizados para internet.

Conexão no Brasil

O mercado brasileiro tem atualmente 20 mil provedores de acesso à internet, colocando o país como um dos mais conectados. É de Fortaleza, no Ceará, que saem cabos para as Américas do Sul, Central, do Norte, Europa e África, como informa Thiago Ayub, diretor de tecnologia na Sage Networks, empresa especialista em serviços de rede, roteamento e segurança de redes.

“Convertendo-se de dólar para real, nossa internet móvel é mais barata que a dos estadunidenses. No ranking mundial do speedtest.net, a velocidade média de nossa banda larga fixa é superior à de países como Finlândia, Bélgica, Reino Unido e Alemanha. Somos um dos poucos países com lastro legal para operação e proteção da internet, como o Marco Civil e a LGPD”, explica o influenciador digital no segmento provedores de internet.

Ainda há desafios pela frente para que a internet chegue a todos, seja pela dificuldade financeira ou geográfica. Para esta realidade, Milton Kaoru Kashiwakura, diretor de Projetos Especiais e de Desenvolvimento do NIC.br, criado para implementar as decisões e os projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), afirma que há uma grande expectativa por mais inclusão digital e apresenta um exemplo de como isso pode ser possível.

“É um desafio grande atender os domicílios que faltam. O que é animador é o fato de termos trabalhado de forma criativa e colaborativa com projetos para atender a Amazônia via rio, com cabos submarinos. É um desafio que, se solucionado, pode trazer muitos benefícios para as cidades que margeiam o rio. Projetos como de TVWS (TV White Space) para atender regiões montanhosas e pouco densas, além das zonas rurais, podem ter sucesso com a evolução tecnológica”, pontuou.