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Semana Santa tem início neste fim de semana com o Domingo de Ramos

Por Luciana Beder – Colaboradora com Tribuna Independente 01/04/2023 10h03 - Atualizado em 01/04/2023 10h35
Semana Santa tem início neste fim de semana com o Domingo de Ramos
Celebrações do Domingo de Ramos na Catedral e nas paróquias lembram entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém - Foto: Arquidiocese de Maceió

A Igreja Católica dá início neste domingo (2) – Domingo de Ramos – a Semana Santa, que se estende até o próximo domingo (9) – Domingo de Páscoa. De acordo com o padre Michael Dias, é a semana mais importante do ano litúrgico. “É o ápice da fé cristã, pois nos coloca diante ou dentro dos mistérios da salvação do homem por meio da caminhada de Jesus para a expiação dos nossos pecados diante de Deus, que é pai e amor”, afirmou.

Dias explicou que, durante os quarenta dias antes da Páscoa (quaresma), os cristãos recordam os quarenta dias que Jesus Cristo passou no deserto. “Se voltando assim para reflexões e serviços religiosos como orações, caridade e abstinência de carne. A igreja neste tempo oferece três caminhos: o jejum, que é um ato que serve para percebermos nossas fragilidades; a caridade, para que sejamos levados ao encontro de nossos irmãos e irmãs mais necessitados; e a oração para nos encontrarmos com Deus”, contou.

O padre ressaltou que é pedido que o fiel faça o jejum durante todo o tempo da quaresma, com exceção dos idosos, enfermos e crianças menores. “Ele é feito quando retiramos do nosso cardápio o excesso de refeição, ou até mesmo uma refeição, como forma de recordar junto com Cristo o seu sacrifício. O fiel pode retirar o açúcar de suas refeições, bebidas, coisas as quais eles mais gostam como sacrifício. Já a abstinência de carnes de sangue quente é feita nas sextas-feiras e durante a Semana Santa, após o Domingo de Ramos”, disse.

Dias explicou que, na Antiguidade, as carnes de animais de sangue quente, que são conhecidas como carnes vermelhas, eram símbolo de opulência e riqueza. Já o peixe foi herdado do judaísmo, que classificava que peixe não é carne.

Para Thiago Moraes, que é católico, a Semana Santa é uma das celebrações mais importantes. “É uma forma de celebrarmos os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Cristo. Nesta quaresma, me comprometi a não comer salada. É uma forma de jejum, me privando de algo que para mim é uma coisa ‘cara’, que não consigo ficar sem”, contou.

Já entre os evangélicos, a Semana Santa não costuma ser celebrada. “Historicamente, é uma prática judaica e que, atualmente, não utilizamos. Por isso, não há uma semana no ano para ser celebrada em especial. Todo cristão deve fazer seus jejuns, orações e consagrações diariamente. Em relação à alimentação, comemos de tudo que nos é permitido mediante a limitação de cada pessoa”, contou Gabriel Vianei, que é evangélico.

Cada dia lembra a trajetória de Jesus, da entrada em Jerusalém até a ressurreição

O Domingo de Ramos abre, por excelência, a Semana Santa, pois celebra a entrada triunfal de Jesus Cristo, em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, a Morte e a Ressurreição. Este domingo é chamado assim, porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão por onde o Senhor passaria montado num jumento.

Já na Segunda-feira Santa é proclamado, durante a Missa, o Evangelho segundo São João. Seis dias antes da Páscoa, Jesus chega a Betânia para fazer a última visita aos amigos de toda a vida.
Na Terça-feira Santa, a mensagem central deste dia passa pela Última Ceia, na hora crucial de Jesus. Cristo sente, na entrega, que faz a “glorificação de Deus”, ainda que encontre no caminho a covardia e o desamor.

Na Quarta-feira Santa, em muitas paróquias, realiza-se a famosa “Procissão do Encontro”. Acontece, então, o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho. O padre proclama o célebre “Sermão das Sete Palavras”, fazendo uma reflexão, que chama os fiéis à conversão e à penitência.

Na Quinta-feira Santa, uma das cerimônias litúrgicas é a bênção dos santos óleos usados durante todo o ano pelas paróquias. Também ocorre o Lava-pés, um ritual litúrgico que recorda a última ceia do Senhor. Além da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio.

Na Sexta-feira Santa, é apresentado o drama incomensurável da morte de Cristo no Calvário. A cruz, erguida sobre o mundo, segue de pé como sinal de salvação e esperança.

No Sábado Santo, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando Sua Paixão e Morte, Sua descida à mansão dos mortos, esperando na oração e no jejum Sua ressurreição.

Já o Domingo da Ressurreição é o dia mais importante. Depois de morrer crucificado, o corpo de Jesus foi sepultado, ali permaneceu até a ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados.

PROGRAMAÇÃO

De acordo com a Arquidiocese de Maceió, a Catedral Metropolitana Nossa Senhora dos Prazeres, no centro da cidade, e todas as paróquias terão as Santas celebrações, sendo cada uma com a sua programação, podendo haver alterações de alguns horários em relação à Catedral Metropolitana. No entanto, a Celebração da Paixão de Nosso Senhor em todas é realizada às 15h.

Os fiéis podem acompanhar, além da participação presencial, ao vivo pelas mídias sociais da Arquidiocese de Maceió.

PAIXÃO DE CRISTO

Diversas encenações da Paixão de Cristo devem acontecer em Alagoas, durante a Semana Santa. Além de Arapiraca, haverá espetáculos em Maceió, Traipu, Santa Luzia do Norte e São Miguel dos Campos.

Na capital, um espetáculo ao ar livre na Santa Amélia apresentará a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, nos dias 4 e 5 de abril.

A encenação da Paixão de Cristo na comunidade já é uma tradição. A primeira peça aconteceu na quaresma de 2014 com apenas 20 voluntários. O evento se tornou uma atração dos bairros da Santa Amélia e Tabuleiro do Martins, mas tem atraído cada vez mais pessoas de toda capital.
No município de Traipu, a Paixão de Cristo é encenada desde 1999 e está sendo organizada pela Paróquia Nossa Senhora do Ó com apoio da Prefeitura Municipal. A tradicional encenação ocorre nos dias 3, 5 e 7 de abril, em cenários e locais distintos, mas seguindo um roteiro sequencial.
Em Santa Luzia do Norte, o espetáculo Paixão de Cristo é realizado desde 1990. A apresentação é realizada em um cenário aberto, ao ar livre. Serão três noites de apresentação, de 6 a 8 de abril. Realizado há mais de 30 anos, é considerado um dos mais tradicionais e conhecidos espetáculos da Paixão de Cristo de Alagoas.

No município de São Miguel dos Campos, a Associação Teatral Arte e Fé (ATAF) se prepara para mais uma vez contar a maior história de amor da humanidade. O espetáculo “Paixão de Cristo”, que ocorre na cidade há 27 anos, será encenado na Semana Santa, nos dias 7 e 8 de abril, na praça Multieventos, e promete levar mensagens de fé, amor e muita emoção.

Serão cinco palcos e sete cenários, que se dinamizam durante a apresentação, além de novas cenas, novas coreografias, novos figurinos e mais de 250 atores, figurantes e técnicos, que se envolvem em 2 horas de espetáculo.